
Crianças recém-nascidas negras têm mais chances de desenvolver anemia falciforme, explicou a médica neonatologista do Hospital Santa Lúcia, Marta Rocha, nesta quinta (13/11) no CB.Saúde — parceria do Correio com a TV Brasília. De acordo com a pediatra, o maior fator para a incidência elevada é a negligência da saúde da gestante e criança negras.
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“É uma negligência antes da gestação e pós, que se segue durante o período neonatal", disse Marta às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte. A médica explica que muitas doenças, que assolam as crianças negras, podem ser identificadas no período neonatal com o teste do pezinho, como as colagenosas e anemia falciforme — a última, “possivelmente, a doença mais comum e mais falada”, explica.
Marta conta que a anemia falciforme, quando não diagnosticada no neonatal, é muitas vezes confundida com outras patologias, como dores do crescimento. A doença é geneticamente determinada, e causa uma deformidade na hemácia, estrutura que faz o transporte do oxigênio na corrente sanguínea, resultando em comprometimentos articulares, pulmonares, entre outros.
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Além disso, em casos em que a criança não foi diagnosticada precocemente, a médica alerta que a pele negra dificulta o reconhecimento da anemia falciforme, que causa palidez e icterícia prolongadas: “A família tem que estar atenta nas escleras, lábio, parte interna da boca, palidez da ponta dos dedos da criança, ou sinais de dor articular”. Marta completa que doenças de depósito e colagenosas também são mais prevalentes na população, e exigem maior cuidado.
Mês de conscientização da prematuridade
De acordo com a pediatra, a principal causa da prematuridade no país é a doença hipertensiva na gestação, e explica que a população negra possui mais complicações com a hipertensão. Diz que quase 50% das crianças prematuras são pardas ou negras: “É uma taxa elevada. Isso pode levar a sequelas relevantes, em especial aos prematuros extremos, que são majoritariamente negros”, alerta Marta, esclarecendo que a vacinação dessas crianças é essencial.
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
Assista à entrevista completa:

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