
Por Lara Costa
Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) mostrou nessa quarta-feira (19/11) que a taxa de desemprego da população negra caiu, passando de 15,1% para 14,3%. Além disso, essa população apresenta uma taxa de participação no mercado de trabalho de 66,6%; alcançando 61,9% da população ocupada no DF.
Em relação aos rendimentos, os trabalhadores negros recebem, em média, R$ 3.816, enquanto um não negro ganha R$ 6.568. Os rendimentos dos trabalhadores negros assalariados no setor privado com carteira assinada foram de R$ 2.652; sem carteira assinada, de R$ 2.491. Já no setor público, foi de R$ 9.404; entre os autônomos, de R$ 2.932; e, para os empregados domésticos, de R$ 1.560.
Para a diretora do IPEDF, Francisca Lucena, os resultados apontam a importância de políticas públicas específicas para esse grupo de trabalhadores. “A população negra movimenta a economia e sustenta grande parte da força de trabalho do DF, mas ainda enfrenta desafios em relação aos postos de trabalho ocupados e à remuneração”, conclui.
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O Boletim Anual Trabalhadores Negros do DF 2024 foi apresentado nesta quarta-feira (19/11), véspera do Dia da Consciência Negra e teve a participação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O estudo foi realizado a partir da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) e traz um panorama sobre a população negra no Distrito Federal. Entre os aspectos destacados, estão a inserção no mercado de trabalho, níveis de inatividade e principais fontes de rendimento.
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Distribuição
O boletim também revelou a distribuição da maioria dos trabalhadores negros, que estão nos setores da construção (74,3%), seguida da indústria da transformação (69,1%), comércio e reparação (68,2%), serviços (59,3%) e público (49,2%).
"De uma maneira geral, entre 2023 e 2024, os empregos ou foram gerados ou foram oportunizados para a população negra. Então vamos ver que o fenômeno foi mais intenso nesses três primeiros segmentos, que são muito estimulados pela organização capitalista da produção. Também há a transformação trazida pela reforma trabalhista e reformas institucionais, em que estamos com um mercado de trabalho cada vez mais liberal, desorganizado, desregulamentado”, explica Lucia Garcia, economista do Dieese.
Além disso, o emprego assalariado no setor público e privado e na atividade autônoma se caracterizavam como as principais formas de ocupação para os negros, respondendo juntas por 87,5% dos postos de trabalho gerados em 2024.

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