
Durante o painel sobre mercado de trabalho no evento Histórias de Consciência: mulheres em movimento, realizado pelo Correio Braziliense, a presidente do Instituto É Possível, Dora Gomes, apresentou um diagnóstico contundente sobre a desigualdade racial na iniciativa privada. Segundo ela, a combinação entre critérios de seleção excludentes e o chamado “viés inconsciente” transforma o recrutamento em um processo silenciosamente segregador.
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Ao citar dados do segundo trimestre de 2024, Dora ressaltou que, enquanto a taxa média geral de desemprego do país era de 6,9%, o índice subia para 10,1% entre as mulheres negras. Ela também destacou que o rendimento médio por hora das mulheres negras — R$ 12,13 — é menos da metade do recebido por homens negros, e muito inferior ao de pessoas brancas. “Isso não é frieza estatística. É expressão econômica do racismo estrutural”, afirmou.
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A líder do Instituto É Possível classificou como “triagem invisível” a exigência de formações específicas, certificações internacionais e redes de contatos como critérios eliminatórios. “Pessoas brancas são chamadas. Pessoas negras, muitas vezes, nem chegam à entrevista”, disse. Para ela, o problema “não está no teto, mas no chão desigual”, que impede o avanço de talentos negros dentro das empresas.
CB.Debate
O Correio Braziliense realiza, nesta quarta-feira (19/11), a partir das 14h, o evento Histórias de consciência: mulheres em movimento, com o objetivo de ampliar a valorização do protagonismo de mulheres negras. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo YouTube.
Assista na íntegra:

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