Milhares de mulheres negras de todas as regiões do país e do mundo tomaram as ruas da Esplanada dos Ministérios para a 2ª edição da Marcha das Mulheres Negras. Cada uma delas carrega memórias, reivindicações e afetos durante o movimento realizado na capital.
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Entre elas, estava Laura Odazia de Oliveira, de Santa Catarina, de 47 anos. Para a militante, participar da marcha não é apenas um ato político, mas um gesto de reconhecimento de si e de sua ancestralidade. “Eu quero me representar, representar as minhas sobrinhas, minhas primas, minhas irmãs, minha avó, minha bisavó, minha mãe. Quero representar todas as mulheres que sofrem por nós sermos invisíveis”, disse.
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De acordo com ela, o estado de onde vem é marcado pelo discurso da homogeneidade branca. Laura explica que a luta cotidiana é, primeiro, ser vista. “Eu luto para que as pessoas me vejam, porque lá, a pele branca se sobressai. Inclusive o governador diz isso: que Santa Catarina é um estado de pele branquinha, por isso é bonito. Mas isso precisa mudar”, ressaltou com firmeza.
A catarinense ainda acrescentou a pluralidade que há em Santa Cantarina. “É um estado de muitas cores. De pele indígena, de pele negra, de pele parda, de pele branca. Lá não tem só europeu. E o europeu não fez a história de Santa Catarina. Quem fez foi o povo negro, o povo indígena”, afirmou.
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Direto de São Paulo, Selma Dito, 65, viajou para viver mais um capítulo da história que ajudou a construir. Ela esteve presente na primeira marcha, em 2015, e retornar 10 anos depois tem peso simbólico e político. “É um momento histórico. Estamos aqui de novo para pedir reparação e bem viver”, afirmou.
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Para Selma, a marcha é também uma cobrança. “Aquilo que não foi cumprido nesses 10 anos, nós estamos retornando para exigir e não vamos parar! Participo dessa luta para resgatar o que nossos antepassados conseguiram e também pensando em deixar um legado para a próxima geração”, declarou.
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