O deputado distrital Hermeto (MDB), líder do governo na Câmara Legislativa (CLDF), foi o entrevistado do programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — desta quarta-feira (26/11). Às jornalistas Ana Maria Campos (D) e Denise Rothenburg, ele comentou a Operação Compliance Zero, que investiga a emissão de títulos podres pelo Banco Master e a compra pelo Banco de Brasília (BRB). Para ele, o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na CLDF sobre o caso é oportunismo da oposição. Hermeto também comentou a disputa ao Senado e disse ter convicção de que o PL estará ao lado do MDB.
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Como o senhor está se preparando para enfrentar o pedido de CPI na Câmara Legislativa?
O BRB está sendo investigado. Ninguém ali foi preso por corrupção, e sim por possíveis investimentos equivocados, diferentemente de outros casos em que toda a diretoria foi detida por corrupção. Tenho fé de que tudo será esclarecido. A Polícia Federal, o Banco Central e os órgãos de controle estão acompanhando de perto. O ex-presidente Paulo Henrique Costa está colaborando e afirmou que entregará todas as informações necessárias. Estamos no meio de um furacão que ainda está sendo investigado. O que vemos agora é um aproveitamento político da oposição, que tenta desgastar o governo sem ter informações concretas. Se houver culpados, precisam ser punidos, mas não se pode fazer um julgamento antecipado. Na terça-feira, sabatinamos o novo presidente do BRB, Nelson Antônio de Souza, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, que tem um currículo extenso e muito conhecimento. Tenho certeza absoluta de que o governador Ibaneis Rocha não compactuou com nada. Ele exonerou (do cargo) imediatamente o ex-presidente. Agora, falar em CPI quando nem os órgãos de controle sabem exatamente o que aconteceu com esses investimentos e aplicações me parece precipitado.
A oposição apresentou requerimento para uma CPI. O deputado Chico Vigilante (PT) esteve aqui defendendo a CPI.
Respeito muito o deputado Chico Vigilante, é o decano da Câmara. Mas falar em CPI é oportunismo, neste momento. O que me estranha mesmo é um ex-governador, que é atual deputado federal, falar de CPI. Ele tinha que ter vergonha. A diretoria dele foi toda presa no governo dele. O Vasco (Cunha Gonçalves), o presidente (do BRB) foi preso. E não foi por investimentos errados, foi por corrupção. Eles não fizeram investimentos e tal. Corrupção. Segundo a PF, alguns deles bancaram até a campanha eleitoral desse ex-governador.
Acha que esse tema será forte na campanha do ano que vem?
Acho que não. Vamos esclarecer exatamente o que aconteceu no BRB. Se houver culpados, serão punidos. Paulo Henrique vai explicar, e o novo presidente vai trazer luz à situação. Ele disse que trocará toda a diretoria para montar com sua própria equipe. Esse tema será exaurido agora. A oposição quer antecipar o debate eleitoral. Como não tinha palanque, agora usa o BRB.
Por que o governo insistiu na compra do Master?
Eu vou defender os meus colegas que votaram pela compra do banco. Paulo Henrique e a equipe dele passaram horas na Câmara mostrando que o BRB precisava ampliar seu mercado. Nós acreditamos nisso. Quem era o BRB anos atrás? O banco não era conhecido e, hoje, tem presença nacional e internacional, atuando até fora do país. Vimos que estava crescendo. Ele apresentou todos os dados, com todos os técnicos, e votamos pela compra com boa intenção, confiando na equipe e nele. Execrar os colegas que votaram não faz sentido. E mais: a nossa votação não teve efeito porque o Banco Central não autorizou a operação. A oposição está usando nossas fotos em outdoors e nas redes sociais, dizendo que destruímos o BRB. Que vergonha. Todos nós votamos de acordo com o que entendemos naquele momento.
O PL já lançou a pré-candidatura da deputada Bia Kicis ao Senado. Michelle Bolsonaro, por enquanto, também é cotada. A oposição deve tentar bloquear a candidatura do governador Ibaneis Rocha ao Senado. Como fica a situação do governo com uma disputa interna na base pela vaga?
O PL está na nossa base. Tem espaço no governo, e a própria deputada Bia Kicis ocupa espaços importantes. Eu não acredito que Michelle venha como candidata ao Senado por Brasília, pois, se ela disputar ao lado da Bia Kicis, uma das duas ficará de fora, na minha perspectiva. A extrema direita não tem votos suficientes para eleger duas senadoras aqui. O governador Ibaneis é de centro. Ele tem votos dos dois lados. Por isso, acredito que tudo será ajustado. O governador é muito habilidoso e tem boa relação com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Tenho certeza de que, ao lançarem a Bia Kicis, é porque Michelle já tem outro projeto fora de Brasília. E tenho convicção de que o PL estará conosco. Eles têm grandes nomes, e nosso governo tem legado e resultados.
Assista a entrevista na íntegra
