
O deputado distrital Chico Vigilante (PT) foi o convidado do CB.Poder — parceria do Correio e da TV Brasília — desta segunda-feira (24/11), quando defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a tentativa de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Segundo o distrital, a criação da CPI é relevante para propor a quebra de sigilo dos investigados, esclarecer as operações supostamente fraudulentas e restaurar a confiança do brasiliense na instituição. Vigilante defende que a CPI ocorra antes das eleições e acredita que é possível fazer uma CPI de 90 dias, dependendo da disposição dos distritais.
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A bancada do PT apresentou um requerimento para criação de uma CPI, para investigar a tentativa de transação entre o BRB e o Banco Master. Mas a oposição é minoria na Câmara. Como o senhor pretende aprovar essa proposta?
Eu tenho dialogado com o presidente da Câmara, o deputado Wellington Luiz (MDB), e dito para ele que a melhor coisa que a Câmara pode fazer é todos os deputados assinarem o pedido de CPI, para a gente fazer uma investigação sem esconder nada, mostrando tudo efetivamente. Até porque o Banco de Brasília (BRB) é um patrimônio da população do Distrito Federal. A instituição tem um nome a ser zelado. E não é correto e justo o que o Paulo Henrique Costa fez com o Banco de Brasília. E não adianta vir dizer que o Ibaneis não sabia. É preciso que seja tudo passado a limpo, e tem que ser com rapidez.
O senhor acredita que o BRB será o tema mais forte da campanha de 2026?
Espero que até a campanha já tenha passado isso. Até porque o Banco de Brasília não pode esperar uma indefinição até as campanhas. E eu quero que ele (a instituição) seja independente, seja com a esquerda, com a direita ou com o centro. No governo do Distrito Federal, o banco tem que continuar existindo. Esse é o maior escândalo da nossa história. Portanto, a melhor coisa que o governador do DF poderia fazer, nesse momento, é orientar a bancada dele para assinar o pedido de CPI.
Geralmente, uma CPI é demorada, pode ter de oito a 10 meses de duração. O senhor acredita que é possível que ela seja feita antes das eleições?
Nós precisamos fazer um entendimento dentro da Câmara. Se quiserem, eu estou disposto a isso. A gente combina, e daria para fazer uma CPI em 90 dias, desde que estejam dispostos a realmente investigar e colocar todos os instrumentos a serviço dessa investigação. O que vai ser mais grave é ficar arrastando esse processo.
No que uma CPI pode contribuir, além do que já está sendo feito pela Polícia Federal, com as investigações de combate ao crime organizado e com apoio do Ministério Público Federal?
A CPI pode quebrar sigilos, além de jogar luz sobre todas essas investigações. A comissão parlamentar é fundamental para isso. A imprensa, certamente, vai estar cobrindo de perto e, se a gente conseguir fazer um entendimento em 90 dias, a gente encaminha para o Ministério Público. Quem fez a lambança tem que pagar pelo que fez.
Qual é a situação atual da candidatura do PT? Dois nomes estavam no páreo, o ex-deputado Geraldo Magela e o presidente do Iphan, Leandro Grass. Como fica isso? O partido vai ter prévias?
Nós tivemos uma audiência com o presidente nacional do PT, que nos assegurou que não vai ter prévias em nenhum lugar do Brasil. Leandro Grass possui o apoio da maioria do partido para o cargo de governador. Eu tenho feito um apelo ao Geraldo Magela, para que ele também apoie a pré-candidatura do Grass, para que a gente possa apresentar imediatamente um projeto para a sociedade.
O senhor considera que, nas eleições do Distrito Federal, com todos esses fatos recentes, da prisão preventiva de Bolsonaro, o escândalo BRB — Master, como isso deve respingar nas eleições locais?
Tem muita coisa que vai ser mostrada durante essas eleições. Também com a chegada do Arruda, é possível que os candidatos de direita e centro direita, que sabem o que o outro fez no carnaval passado, tenham atrito.
E a questão da prisão do Bolsonaro? O senhor também acredita que vai ter impacto no humor do eleitor, principalmente o bolsonarista?
Em relação ao Bolsonaro, acho que à medida que a população for se inteirando do que ele fez, do quanto ele foi nocivo para a sociedade, as pessoas vão se distanciando desse tipo de gente.
Assista aqui à entrevista completa:

Cidades DF
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