
O economista e empreendedor Miguel Galvão, um dos fundadores da Infinu, comunidade criativa, e um dos nomes por trás do festival PicniK, expressou ao Correio profunda gratidão pela sua nomeação e homenagem no Prêmio JK, na categoria Economia Criativa, evento realizado nesta terça-feira (9/12). Segundo Galvão, “eu sou um pequeno elo de uma corrente que é muito grande”.
“Eu venho aqui muito grato, porque eu acho que a homenagem não é em relação à minha pessoa, mas, sim, a todos aqueles que são responsáveis por eu chegar até aqui hoje: familiares, professores, amigos, amigas etc. Então, eu fico muito feliz nesse sentido, porque é uma forma de honrá-los”, destacou.
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Ele destaca que os seus projetos servem como uma vitrine para o restante do país, provando que, mesmo em um país dividido e com violência, a simplicidade e o retorno a preceitos básicos podem colocar as pessoas juntas em harmonia, algo que ele considera parte da gênese e do DNA do brasileiro.
"Muitas vezes as pessoas perguntam: 'Miguel, qual é o seu segmento?’', porque a gente faz várias atividades. Eu estou respondendo hoje que o meu segmento é a saúde pública, porque acho que, quando a pessoa está feliz, quando ela vai a um evento, quando ela participa de uma experiência cultural de qualidade, ela se aproxima do sublime — e o sublime cura”, comentou Galvão.
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Esta é a primeira edição do Prêmio JK, lançado pelo Correio Braziliense, que reconhece e homenageia personalidades que fizeram parte da história de Brasília. O prêmio leva o nome da maior referência para a cidade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. São 16 categorias: esporte, cultura, sustentabilidade, agro, empreendedorismo, educação, direito e justiça, indústria e tecnologia, inclusão e voluntariado, saúde, gestão pública, turismo e eventos, comércio e serviços, entidade de classe, inovação e economia criativa. Além disso, há a categoria das homenagens especiais: quatro personalidades que se destacaram em várias áreas foram selecionadas para figurarem na história dessa premiação. A seleção dos homenageados deste ano foi feita pela redação do Correio.
Quem é Miguel Galvão
Em Brasília, há quem enxergue apenas concreto, linhas retas e silêncio. Miguel Galvão, não. Aos olhos dele, a capital sempre foi um convite ao encontro, ao improviso e ao florescimento de algo vivo. Economista formado pela Universidade de Brasília (UnB), ele foi responsável por transformar o vazio urbano da 506 sul no Infinu, um dos espaços culturais mais pulsantes da capital.
Nascido em Salvador, mas criado em Sobradinho, Miguel cresceu em meio às ruas largas, aos espaços abertos e às possibilidades que a cidade oferece para quem se atreve a ocupá-la. Foi com o Picnik, evento itinerante que ajudou a fundar e que se tornou símbolo da economia criativa da candanga, que ele percebeu que a cidade precisava de mais.
A ideia começou a ganhar forma em 2017, quando começaram as discussões sobre a revitalização da W3 Sul. Foi aí que o que havia sido plantado antes da pandemia, se formalizou em 2020. O lugar, é uma espécie de convite ao que não tem limite, às conexões, aos encontros e à liberdade estética.
Hoje, ocupa mais de 400 m² e abriga mais de 70 marcas distribuídas por três andares. Tem lojas colaborativas, estúdios de tatuagem, espaços de moda, beleza e design, além de cafeterias, cozinhas autorais, coworking e uma área externa com mesas, conversas e música. O laboratório cultural permanente é o espaço onde os artistas e empreendedores testam suas ideias.
Em entrevista recente ao Correio, ele disse que a capital é uma galeria a céu aberto. E talvez, por enxergar a cidade assim, tenha percebido antes de muita gente que criatividade também é política urbana.

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