Prêmio JK

Pai de Caio Bonfim celebra Prêmio JK do filho: 'Presente de Deus'

João Bonfim se mostrou orgulhoso e destacou o significado do conhecimento para Brasília e para a trajetória do filho

Impossibilitado de comparecer à cerimônia da primeira edição do Prêmio JK, lançado pelo Correio Braziliense nesta terça-feira (9/12), o marchador olímpico Caio Bonfim foi representado pelo pai, João Evangelista de Sena Bonfim, ao receber a premiação na categoria Esportes.

No discurso, o pai do atleta destacou a importância do reconhecimento do filho para a cidade. “O Caio Bonfim é um presente de Deus não somente para mim, mas para Brasília”, ressaltou. E lembrou da vitória do atleta no campeonato mundial. “Quando ele foi campeão mundial em Tóquio, o narrador falou ‘Caio Bonfim, de Sobradinho para o mundo’, é isso é muito importante”, completou, emocionado.

Orgulhoso, João destacou o significado do reconhecimento para Brasília e para a trajetória do filho, que acumula conquistas internacionais. “Caio é um exemplo para essa meninada nova. Ter um atleta como ele é um presente para Brasília”, afirmou.

Lançado pelo Correio Braziliense, o Prêmio JK reconhece e homenageia personalidades que fizeram parte da história de Brasília. A seleção dos homenageados deste ano foi feita pela redação do jornal e contempla 16 categorias, são elas: esporte, cultura, sustentabilidade, agro, empreendedorismo, educação, direito e justiça, indústria e tecnologia, inclusão e voluntariado, saúde, gestão pública, turismo e eventos, comércio e serviços, entidade de classe, inovação e economia criativa. Além disso, há a categoria das homenagens especiais: quatro personalidades que se destacaram em várias áreas foram selecionadas para figurarem na história dessa premiação. O prêmio leva o nome da maior referência para a cidade, o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Orgulho de Sobradinho

Cria de Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal, Caio Oliveira de Sena Bonfim aprendeu cedo que nada vem fácil. Filho da marchadora Gianetti Bonfim, múltipla campeã brasileira, cresceu vendo a mãe e o pai transformarem um sonho em pista. Nos anos 1990, os dois fundaram o Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), um projeto social que abriu portas a crianças e jovens da região. 

Foi ali, entre voltas em ruas esburacadas e treinos no Estádio Augustinho Lima, que o menino ouviu pela primeira vez que talvez não pudesse ir tão longe assim. Na infância, enfrentou problemas de saúde e limitações físicas, ouviu de médicos que o esporte poderia não ser um caminho seguro, mas, mesmo assim, seguiu. A marcha atlética, modalidade pouco conhecida, virou abrigo e combustível. 

O Augustinho Lima, única pista olímpica de Sobradinho, se deteriorava a olhos vistos. Borracha gasta, buracos, marcas apagadas. Ainda assim, era lá que o brasiliense treinava. As imagens da pista, em péssimo estado, correram o mundo depois da medalha olímpica.

Exatamente no primeiro dia do mês de agosto, no ano de 2024, aos pés da Torre Eiffel, Caio cruzou a linha de chegada em segundo lugar e entregou ao Brasil sua primeira medalha olímpica na marcha. A prata de Paris não iluminou apenas o atleta de 33 anos, mas colocou no mapa um esporte marginalizado e fez brilhar a comunidade que o formou. 

Em 2025, o ouro no Mundial de Tóquio veio. Esta foi uma campanha marcada por superação e até mesmo a perda da aliança de casamento durante a prova.  Em uma semana, encarou 35km e 20km, subiu duas vezes ao pódio e se isolou como maior medalhista brasileiro da história do evento, com um ouro, uma prata e dois bronzes.

Ainda neste mês, receberá a medalha de Atleta do Ano no Prêmio Brasil Olímpico. Seu perfil no Instagram, que começou com 15 mil seguidores, hoje reúne mais de 455 mil pessoas que acompanham seus passos e a rotina. Além disso, pode se tornar anfitrião no Mundial de 2026, que será disputado na Esplanada dos Ministérios. Desta vez, em casa.

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