Mudanças climáticas

Degelo no Atlântico Norte tornará verões europeus mais quentes e secos

Segundo o estudo, o aquecimento no continente europeu irá se agravar e já está em processo em decorrência das alterações do clima, provocando transformações nos padrões do clima.

 O arquipélago de Svalbard, na Noruega, será cenário de pesquisas       
 -  (crédito:  Jonathan Nackstrand/AFP)
O arquipélago de Svalbard, na Noruega, será cenário de pesquisas - (crédito: Jonathan Nackstrand/AFP)
postado em 28/02/2024 06:00

Cientistas do Centro Nacional de Oceanografia, no Reino Unido, descobriram que o aumento do degelo no Atlântico Norte pode desencadear uma sequência de eventos que leva a verões europeus mais quentes e secos. O artigo, que será publicado na revista Weather and Climate Dynamics, da União Europeia de Geociências, sugere que o clima da estação no continente será previsível com meses ou anos de antecedência, devido aos níveis mais elevados de água doce nesta porção oceânica.

"Enquanto o Reino Unido e o norte da Europa experimentaram um clima excepcionalmente frio e úmido no verão de 2023, a Groenlândia teve um verão excepcionalmente quente, levando a um aumento na entrada de água doce no Atlântico Norte", destaca Marilena Oltmanns, pesquisadora do Centro Nacional de Oceanografia. "Com base na cadeia de eventos identificada, esperamos que as condições oceano-atmosfera sejam favoráveis para um verão incomumente quente e seco no sul da Europa neste ano."

Circulação 

O derretimento do gelo marinho e dos glaciares é uma fonte crescente de água doce para o Atlântico Norte, o que pode perturbar a circulação normal dos oceanos, influenciando o clima global. Segundo o estudo, o aquecimento na Europa, "após fortes libertações de água doce no Atlântico Norte, irá agravar o aquecimento que já está ocorrendo devido às alterações climáticas, provocando alterações nos padrões do clima".

Marilena Oltmanns diz que as descobertas demonstram a importância das observações oceânicas para garantir que os modelos climáticos capturem todos os processos físicos necessários para previsões meteorológicas precisas. "Esse estudo é um passo à frente na melhoria dos modelos, que permitirá planejamento ante as mudanças climáticas, como adaptar métodos agrícolas para serem mais resilientes e preparar a população para eventos como inundações."

 

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