O diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer de mama, e dois exames se destacam nesse combate: a mamografia e o ultrassom. Apesar de serem frequentemente confundidos, eles têm funções diferentes e, quando usados juntos, dão uma visão mais completa da saúde das mamas.
Diferenças e complementaridade
A mamografia é considerada o "padrão-ouro" para o rastreamento do câncer de mama, pois é o único exame capaz de identificar lesões iniciais da doença. "A mamografia é o exame que é considerado fundamental para o rastreamento do câncer de mama, pois ele consegue identificar lesões iniciais do câncer de mama, como por exemplo microcalcificações", explica Mariana Felipe, mastologista e especialista no cuidado integral da saúde da mulher da Rede Medical.
Já o ultrassom atua como um exame complementar. "A ecografia está indicada como complemento da mamografia. Por exemplo: se vejo um nódulo na mamografia, esse mesmo nódulo deverá ser avaliado na ecografia para sabermos se é um nódulo sólido, ou se é um cisto, cuja conduta será diferente", detalha Nara Fabiana da Cunha, radiologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, coordenadora da área de Radiologia Mamária do Sabin. Ela ressalta que o ultrassom também pode ser utilizado em pacientes mais jovens ou quando há algo palpável na mama.
"A mamografia em pacientes com mamas muito densas pode mascarar a presença de nódulos, por isso é utilizado exame complementar para fazer o diagnóstico", afirma Mariana Felipe. A radiologista Nara Fabiana da Cunha adiciona que o ultrassom, por sua vez, tem a limitação de não conseguir detectar as microcalcificações, que são um dos principais indicadores de câncer precoce e só são visíveis na mamografia.
Início do rastreamento
O tema da idade de início e frequência dos exames gera debates entre as diferentes instituições de saúde. De acordo com as especialistas, a recomendação mais comum no Brasil é começar a mamografia a partir dos 40 anos, anualmente.
"As mulheres devem iniciar o rastreamento com 40 anos ou mais, com mamografia 1 vez por ano", reforça a mastologista Mariana Felipe. Essa recomendação, defendida pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), difere da do Ministério da Saúde (MS), que sugere o rastreamento a partir dos 50 anos, a cada dois anos.
"Essas divergências refletem diferentes interpretações das evidências científicas. No Brasil, por exemplo, há uma incidência significativa de câncer de mama entre 40 e 49 anos", aponta Nara Fabiana da Cunha, que teve um diagnóstico precoce. "Sou exemplo da importância da mamografia, pois foi por meio dela que tive o diagnóstico precoce do câncer de mama há 5 anos", conta a radiologista.
Casos especiais
Para mulheres com histórico familiar ou mutações genéticas, a rotina de rastreamento é alterada. Segundo Mariana Felipe, se há parentes de primeiro grau com câncer de mama, o rastreamento deve começar dez anos antes da idade em que a parente foi diagnosticada. "E se tiver histórico de mutação genética confirmada, geralmente inicia a partir de 25 anos de idade com exames como Ressonância Magnética ou ultrassonografia mamária", completa a especialista.
Nara Fabiana da Cunha reforça que a mamografia "deve ser realizada a partir dos 40 anos" para o público geral, mas concorda que, em casos específicos, o rastreio deve começar antes dos 40 anos, seguindo as diretrizes das sociedades médicas.
A mamografia continua sendo o exame mais eficaz na luta contra o câncer de mama, por sua capacidade de detectar a doença em seu estágio mais inicial. Ambas as especialistas concordam que o diagnóstico precoce aumenta drasticamente as chances de cura. "Estudos mostram que se diagnosticado o câncer de mama nos estágios iniciais, as chances de cura podem chegar a 95% ou mais!", finaliza a mastologista Mariana Felipe.
Estagiária sob supervisão de...
