ASTRONOMIA

Quase-Lua: Astrônomos descobrem novo quase-satélite em órbita da Terra

Objeto recém-identificado realiza uma "dança orbital" com o planeta sem estar realmente preso à sua gravidade

A Terra tem uma nova quase-lua. 2025 PN7 é um objeto novo, mas pode estar conosco há algum tempo -  (crédito: NASA)
A Terra tem uma nova quase-lua. 2025 PN7 é um objeto novo, mas pode estar conosco há algum tempo - (crédito: NASA)

Uma nova meia-lua foi descoberta no céu da Terra. Batizada de 2025 PN7, essa pequena rocha espacial entrou para o seleto grupo de objetos conhecidos como quase-satélites, aumentando o número total desses companheiros orbitais provisórios para oito. Embora não seja um satélite natural no sentido tradicional, como a Lua, o 2025 PN7 compartilha a órbita da Terra ao redor do Sol de maneira tão peculiar que, aos olhos de um observador terrestre, parece girar em torno do nosso planeta.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Diferente da Lua e das chamadas miniluas, que entram temporariamente na esfera gravitacional da Terra, as quase-luas, também conhecidas como quase-satélites, permanecem fora da chamada Esfera de Hill, a zona onde a gravidade terrestre é dominante. Mesmo assim, esses pequenos corpos celestes mantêm uma relação orbital com a Terra, seguindo uma trajetória sincronizada com a nossa ao redor do Sol. O resultado é uma espécie de “meia-lua cósmica”, uma presença constante, mas solta, como se dançasse ao redor do planeta sem nunca se aproximar demais.

O recém-identificado 2025 PN7 tem algumas dezenas de metros de diâmetro e, embora sua descoberta oficial tenha ocorrido somente no mês passado, análises de dados de arquivo mostraram que ele já era visível desde 2014. A distância segura do objeto, a alguns milhões de quilômetros da Terra, o mantém fora de qualquer risco imediato, mas sua órbita intrigante o coloca no centro das atenções astronômicas.

O movimento aparente do 2025 PN7 ao redor da Terra é fruto de uma ressonância orbital com o Sol. Ou seja, ele e a Terra completam suas voltas solares em tempos muito semelhantes, o que cria a ilusão de que o objeto está nos acompanhando diretamente. Na realidade, trata-se de um tipo de parceria orbital instável e temporária, que pode durar décadas ou até séculos, dependendo da influência gravitacional de outros corpos do Sistema Solar.

Modelos computacionais indicam que 2025 PN7 já está nessa órbita especial há algumas décadas, e deve permanecer nela por muitas outras. É o caso de objetos como o quase-satélite Cardea, cuja estabilidade já foi registrada por centenas de anos.

Ciência de oportunidade

Além do fascínio astronômico, essas quase-luas representam excelentes oportunidades científicas. Por estarem relativamente próximas da Terra, podem ser alvos de futuras missões espaciais de baixo custo. Um exemplo claro é o do quase-satélite 469219 Kamooalewa, que será visitado pela sonda chinesa Tianwen-2, com o objetivo de coletar amostras e trazê-las de volta à Terra.

O anúncio oficial da descoberta do 2025 PN7 foi publicado nas Research Notes of the American Astronomical Society.

2025 PN7, a nova Quase-lua da Terra

  • Identificação: Um novo objeto espacial, chamado 2025 PN7, foi descoberto e classificado como uma quase-lua ou quase-satélite da Terra.

  • Definição de Quase-Lua: Ao contrário da Lua e das mini-luas, que são capturadas pela gravidade terrestre, as quase-luas não entram na Esfera de Hill (onde a gravidade da Terra é dominante). Elas compartilham a órbita da Terra ao redor do Sol de forma sincronizada, o que cria a ilusão de que estão girando ao nosso redor.

  • Características do 2025 PN7: É uma pequena rocha com dezenas de metros de diâmetro. Embora tenha sido descoberto recentemente, já estava visível em dados de arquivo desde 2014. Sua órbita está a alguns milhões de quilômetros de distância, sem apresentar risco para o nosso planeta.

  • Movimento e duração: O movimento aparente do 2025 PN7 é resultado de uma ressonância orbital com o Sol. Ele e a Terra completam suas voltas solares em tempos semelhantes. Essa "parceria orbital" é temporária e instável, mas modelos indicam que o 2025 PN7 já está nessa órbita há décadas e deve permanecer por muitas outras.

  • Importância científica: Por estarem relativamente próximos, os quase-satélites são alvos ideais para missões espaciais de baixo custo. Um exemplo é o 469219 Kamooalewa, que será visitado pela sonda chinesa Tianwen-2 para coleta de amostras.

 

  • Google Discover Icon
postado em 11/09/2025 15:49
x