NO EQUADOR

Insetos fossilizados em resinas de árvores revelam floresta perdida

Inédita, descoberta passa por insetos pré-históricos preservados em âmbar da Era Mesozoica e dá indícios de como era o supercontinente Gondwana

Segundo a pesquisa, publicada no portal especializado em ciência Communications Earth & Environment, os insetos foram encontrados no maior depósito de resinas de ávores fossilizadas (âmbar) já visto na América do Sul -  (crédito: Mónica Solórzano-Kraemer / Nature)
Segundo a pesquisa, publicada no portal especializado em ciência Communications Earth & Environment, os insetos foram encontrados no maior depósito de resinas de ávores fossilizadas (âmbar) já visto na América do Sul - (crédito: Mónica Solórzano-Kraemer / Nature)

Um grupo de pesquisadores identificou uma reserva inédita de insetos pré-históricos presos em âmbar. A descoberta dos animais que habitaram a região que hoje corresponde ao Equador ajudou a retratar, pela primeira vez, uma floresta que existiu no supercontinente Gondwana. 

Segundo a pesquisa, publicada no portal especializado em ciência Communications Earth & Environment, os insetos foram encontrados no maior depósito de resinas de ávores fossilizadas (âmbar) já visto na América do Sul.

Os fósseis também contêm, além dos pequenos animais, teias de aranhas e vestígios de plantas da floresta que exisitu durante o Período Cretácio. Ou seja, há 112 milhões de anos. À época, os continentes responsáveis por compor a Terra ainda não eram os mesmos de hoje. Gondwana, por exemplo, era formado pelo que são, hoje, América do Sul, África, Antártida, Austrália, Índia e a Península Arábica. 

Estudo amplo  

De acordo com a Communications Earth & Environment, o estudo analisou 60 amostras de âmbar. Todas foram coletadas na pedreira de Genoveva, situada na província de Napo, na parte oriental do Equador, composta pela região amazônica. 

Dentro das 60 amostras, 21 bioinclusões foram encontradas. Entre elas, estavam besouros, percevejos, moscas, vespas e um fragmento de teia de aranha. Um inseto aquático, o tricóptero, também foi identificado.

Ainda foram achados esporos, pólen e folhas fósseis. A descoberta também contemplou as mais antigas angiospermas (plantas espermatófitas com sementes protegidas por frutos) do noroeste da América do Sul. 

Relevância e dificuldades

As análises feitas apontaram que a origem do âmbar encontrado é de árvores denominadas coníferas, da família Araucariaceae, e do subconjunto das gimnospermas. A formação é oriunda de ambiente úmido.

Até a descoberta, a maioria dos depósitos de âmbar haviam sido achados no hemisfério norte. A da vez, portanto, permite estudar a biodiversidade dos ecossistemas do sul de Gondwana. No entanto, o contanto prolongados dos organismos com petróleo alterou parte da composição do âmbar, o que exige cautela durante as análises químicas. 

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postado em 18/09/2025 18:42
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