
Um problema silencioso que, a princípio, parece estético, mas pode impactar várias funções do corpo. Essa é a diástase, condição caracterizada pelo afastamento dos músculos do abdômen e que costuma causar implicações na postura e até no sistema urinário. O principal modelo de tratamento é a partir de exercícios, mas fica a dúvida: pessoas com a doença podem realizar treinos focados na área abdominal?
Educadora física e especialista em reabilitação abdominal e postura, Paty Farago explica que pessoas com diástase podem ter mais dificuldade para fazer exercícios como o famoso abdominal, o que pode promover até mesmo uma lesão. O abdominal convencional não necessariamente contribui para o maior afastamento dos músculos, mas também não é indicado para o tratamento. “Eu estaria fazendo uma atividade que não é minha aliada”, destaca a profissional.
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Um dos exercícios mais indicados para quem tem diástase é a elevação pélvica, em que a pessoa deita de barriga para cima com os joelhos dobrados e pratica o movimento de levantar o quadril. A prancha também é recomendada, mas não aquela convencional, com a barriga para baixo. Algumas formas de adaptar o exercício é fazer a chamada “prancha invertida”, com a barriga para cima, ou fazer o exercício apoiado na parede.
Como saber se eu tenho diástase?
A diástase ocorre quando os músculos retos, que ficam paralelos e alinhados no abdômen, sofrem um afastamento. Paty Farago destaca que o problema é facilmente identificável e pode ser tratado com exercícios direcionados e melhora postural.
“É uma lesão que vai mudando a funcionalidade do corpo porque ela permite espaços que o corpo naturalmente não tem”, explica. Entre os problemas que podem resultar da diástase, estão o surgimento de hérnias na região do abdômen e incontinência urinária.
Existem alguns fatores que podem gerar a condição, como obesidade, má postura e prática de exercícios de forma incorreta. No entanto, a diástase é mais comum em gestante, já que o crescimento do útero empurra, naturalmente, os músculos para cima.
Farago destaca ainda que, com o afastamento dos músculos, há uma piora na postura. “A coluna, principalmente ombros (trapézio) e lombar, é que vai pagar esse preço”, afirma.
É importante destacar, como explica a especialista, que o corpo é como uma máquina com engrenagens: “Se um não funciona, o resto é descompensado”. Por isso, é fundamental olhar para si e perceber as mudanças no próprio corpo, em vez de buscar corrigir problemas de forma individualizada.
Apesar de existir cirurgia para reaproximação dos músculos, a profissional alerta que, mesmo nesse caso, é fundamental entender o funcionamento do corpo e corrigir os hábitos que podem levar à diástase. Afinal, não é só a estética que importa.
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Uma das formas de tratar a diástase é por meio de exercícios e da correção de postura. Embora o problema possa causar um desconforto estético pela mudança no formato da barriga, a especialista alerta que dietas não funcionam nesses casos.
Se você chegou até aqui e está na dúvida sobre como identificar a diástase, aqui vão algumas dicas. Mesmo com esses sinais, é essencial se consultar com um profissional para entender a gravidade e a melhor forma de tratamento.
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Alargamento da cintura ou o volume abdominal desproporcional ao resto do corpo pode ser um indício;
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Ao deitar de barriga para cima, coloque os dedos sobre o abdômen e contraia a região para identificar se há um espaçamento entre os músculos;
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Observe seu corpo durante os exercícios abdominais. Em pessoas com diástase, ao forçar o abdômen, a barriga pode “subir” ou fazer um "cone" durante o esforço;
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Também é importante observar problemas de postura ou dores na coluna, que podem estar relacionados com a diástase.
Ciência e Saúde
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