AVANÇOS

Tratamento aumenta chance de transplantes em idosos com leucemia

Estudo foca em tratamento direcionado para pessoas 60+ que eram consideradas inaptas a receberem o transplante

Esse grupo foi escolhido por ser a população que mais cresce em relação à necessidade desses transplantes -  (crédito: Sabine van Erp/Pixabay)
Esse grupo foi escolhido por ser a população que mais cresce em relação à necessidade desses transplantes - (crédito: Sabine van Erp/Pixabay)

Um estudo clínico conduzido por médicos do Hospital Israelita Albert Einstein traz uma nova esperança para pacientes com mais de 60 anos diagnosticados com leucemia mieloide aguda e mielodisplasia. Embora seja um dos principais tratamentos para as doenças oncológicas, o transplante de Células-Tronco Hematopoiética (HCT, na sigla em inglês), encontradas na medula-óssea, não é bem tolerado por essa faixa etária. 

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O coordenador do departamento de Hematologia, Nelson Hamerschlak, um dos autores do estudo, explica que esse grupo foi escolhido por ser a população que mais cresce em relação à necessidade desses transplantes. Ao mesmo tempo, explica, essa faixa etária não tolera bem os tratamentos convencionais feitos para viabilizar a cirurgia. Entre os riscos para os pacientes nesses casos, estão toxicidade pulmonar, hepática e cardíaca, infecções graves, aumento da mortalidade não relacionada à recaída (NRM).

“O objetivo, portanto, foi responder à pergunta: ‘Conseguimos oferecer um regime mais forte contra a doença, mas ainda aceitável para um paciente de 65–70 anos, com comorbidades?”, explica o médico. O estudo mostra que sim. 

Na pesquisa, os médicos utilizaram o Regime de Condicionamento de Intensidade Reduzida (RIC), tratamento geralmente feito para preparar o corpo para o transplante da medula óssea. No entanto, em vez da normalmente utilizada irradiação corporal total, procedimento que atinge todo o corpo do paciente, eles utilizada a irradiação total da medula, tratamento direcionado apenas para os alvos da doença. 

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“Ao usar esse tratamento, conseguimos concentrar a dose na medula óssea e em órgãos-alvo da doença, poupando pulmão, fígado, rins e outros tecidos de risco”, explica  Hamerschlak. “Na prática, isso abre caminho para uma nova geração de condicionamento com toxicidade reduzida e mais potência antileucêmica”.

Para o médico, o novo protocolo oferece uma “chance real de controle da doença em um grupo que historicamente tinha poucas opções”. Além de reduzir as complicações e mortalidade precoce para toxicidade, o tratamento leva a uma maior probabilidade de remissão duradoura da doença. 

O estudo foi feito em parceria com a Case Western Reserve University e o hematologista Marcos de Lima, da Universidade Estadual de Ohio. 

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postado em 06/12/2025 19:32
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