VIDA MARINHA

Pandemia 'silenciosa' mata ouriços-do-mar ao redor do mundo

Foco da doença foi registrado no leste das Ilhas Canárias, na Espanha. Vítimas são animais do gênero 'Diadema africanum'

Ouriços-do-mar do gênero 'Diadema africanum' -  (crédito: Cano, Lorenzo-Morales, Bronstein, Sangil e Hernández)
Ouriços-do-mar do gênero 'Diadema africanum' - (crédito: Cano, Lorenzo-Morales, Bronstein, Sangil e Hernández)

Uma pandemia 'silenciosa' tem matado ouriços-do-mar ao redor do mundo. É o que mostra um estudo publicado pela revista suíça Frontiers in Marine Science, especializada em assuntos científicos relacionados à vida marítima. 

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A pesquisa, publicada nessa quarta-feira (10/12), documenta que animais da espécie, mais especificamente pertencentes ao gênero Diadema africanum, foram dizimados em todo o mundo, afetados por uma pandemia marítima desconhecida. 

Os cientistas observaram que o grande foco da doença se concentrou nas Ilhas Canárias, na Espanha, e na Ilha da Madeira, em Portugal. Nesses locais, foram registrado um elevado índice de mortalidade dos animais entre os anos de 2022 e 2023. A leste das Canárias, o problema causou sintomas como movimentos e respostas anormais por parte dos ouriços. Além disso, houve perda de tecido e dos espinhos, o que levou muitos a óbito. O patógeno da doença, ou seja, o microrganismo responsável por causar a enfermidade, ainda não foi identificado. 

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Ao contrário de surtos anteriores, ocorridos em 2008 e 2018, o atual não trouxe sinais de recuperação rápida por parte dos pequenos animais marinhos. Foi seguido, ao contrário, por uma forte onda de mortalidade, em 2023, após uma primeira, em 2022. 

"Aqui, mostramos que a disseminação e os impactos de um 'evento de mortalidade em massa' atingiu severamente as populações do ouriço-do-mar Diadema africanum nas Ilhas Canárias e na Madeira ao longo de 2022 e 2023”, afirmou Iván Cano, doutorando da Universidade de La Laguna, em Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha, e participante do estudo.

"Aproximadamente ao mesmo tempo, observou-se o desaparecimento de outras espécies de Diadema no Caribe, no Mediterrâneo, no Mar Vermelho, no Mar de Omã e no oeste do Oceano Índico", acrescentou. 

As análises feitas pela equipe em campo ainda mostram que a quantidade de indivíduos da espécie é a menor de toda a história. Várias populações presentes nos locais apresentados está perto da extinção. Os autores concluíram, além disso, que o evento experienciado no biênio em questão é um passo rumo a uma pandemia ainda mais ampla, ou seja, deixando aberta a possibilidade de afetar os 'herbívoros dos recifes' em outras regiões. 

 

 

 

 

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postado em 11/12/2025 17:38
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