
Uma brincadeira perigosa, travestida de desafio nas redes sociais, terminou em tragédia no Distrito Federal. Sarah Raíssa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, foi mais uma vítima da brutalidade silenciosa dos chamados “desafios virais”. A menina sofreu uma parada cardiorrespiratória após inalar desodorante em spray dentro de casa, e teve a morte cerebral confirmada dias depois. O caso chocou o país e acendeu o alerta sobre os riscos que circulam livremente nas plataformas digitais.
A tragédia aconteceu na última quinta-feira (10), quando Sarah foi encontrada desacordada pelo avô em Ceilândia. Segundo a Polícia Civil, a menina teria participado do “desafio do desodorante”, uma trend do TikTok que incentiva a inalação de grandes quantidades do produto químico, levando o organismo a um colapso. Reanimada após mais de uma hora de manobras médicas, Sarah não apresentou reflexos neurológicos e, no domingo (13), teve a morte confirmada.
Durante as investigações, os policiais apreenderam o celular da criança e encontraram um frasco de desodorante sob a almofada onde ela estava deitada. O tecido encharcado indicava o uso recente do produto, reforçando a suspeita de que a ação foi motivada pela trend. Agora, os investigadores trabalham para entender como o vídeo chegou até ela, e quem está por trás da disseminação desse tipo de conteúdo mortal.
A Polícia Civil trata o caso com máxima gravidade. Além de apurar se houve negligência por parte da plataforma que hospedou os vídeos, a investigação busca identificar criadores ou influenciadores responsáveis pela divulgação da prática. Se confirmada a ligação com o conteúdo que resultou na morte, os envolvidos podem responder por homicídio duplamente qualificado, crime que pode render até 30 anos de prisão.
O “desafio do desodorante” funciona como uma competição absurda: vence quem conseguir inalar mais gás em menos tempo. Mas o que parece uma simples “brincadeira” esconde um risco altíssimo e imediato. Ao ser inalado, o produto químico entra nos pulmões, passa para o sangue e atinge o coração. A consequência? Uma arritmia fulminante, parada cardíaca e morte em questão de minutos.
Saiba Mais
O aerossol contém componentes altamente tóxicos, como etanol em concentrações superiores às encontradas em bebidas alcoólicas e substâncias químicas que podem causar desde reações alérgicas graves até queimaduras internas. Quando inalado em grande quantidade, o gás destrói veias, provoca edema de glote, que fecha a garganta, e leva o organismo à asfixia. Um perigo invisível que, agora, cobrou um preço alto demais.