
Erika Hilton, deputada federal pelo PSOL de São Paulo, foi nas redes sociais para responder às acusações que recebeu nos últimos dias. Ela enfrentou os ataques sobre a contratação de dois maquiadores como assessores parlamentares e rebateu críticas relacionadas à sua licença da Câmara para ir ao show da Beyonce em Portugal.
O estopim veio após os deputados Zucco (PL-RS) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) acionarem a Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando que Erika teria cometido desvio de função, improbidade administrativa e quebra de decoro ao empregar profissionais ligados à área de maquiagem em seu gabinete. Eles ainda pediram que o Tribunal de Contas da União (TCU) analisasse o caso.
Erika defendeu a atuação dos profissionais e garantiu que as funções exercidas por eles vão além da maquiagem. “Meus assessores são pessoas LGBTs que maquiam, que têm talento para maquiagem, mas que também têm formação acadêmica. São bons articuladores, ajudam na produção audiovisual, na articulação da minha agenda e prestam serviço nas comissões em que atuo.”
A deputada se manteve firme diante das acusações e não poupou palavras. “Se eles estão achando que vão me intimidar, que vou recuar, se deram mal. Se minha voz incomodava, preparem os ouvidos porque ela vai incomodar ainda mais. Volta a sessão da Câmara, eu quero subir naquela tribuna e quero mostrar pra eles a minha coragem”, declarou, visivelmente indignada, em sua live.
Saiba Mais
Erika foi flagrada no show da cantora Beyoncé e recebeu críticas por estar fora do país durante o recesso parlamentar. Ela explicou que a viagem foi institucional, autorizada pela Câmara dos Deputados, e os custos pessoais, como a ida ao show, foram pagos do próprio bolso. “Aproveitei a oportunidade para, com meu dinheiro, ir ao show da Beyoncé. Realizei um sonho pessoal, do qual eu me orgulho muito de ter estado lá de maneira honesta, num domingo.”
A ausência da deputada na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo também foi motivo de questionamentos. Erika esclareceu que compromissos profissionais impediram sua presença, mas reafirmou sua dedicação incondicional à luta LGBTQIAPN+: “Eu sou uma pessoa que luta todos os dias da minha vida, não no meu mandato, na minha vida, por quem eu sou. Não sou uma aliada da pauta LGBT, eu sou uma travesti.”
Fabiano Moraes
Fabiano Moraes
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