Entenda

Leo Lins compara ataques à filha de Justus à sua própria condenação

Humorista retruca professor que sugeriu "só guilhotina" para criança de 5 anos e questiona disparidade entre piada de stand?up e ódio online

Leo Lins -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Leo Lins - (crédito: Reprodução/Instagram)

Após ser condenado a oito anos de prisão por piadas de ódio, Leo Lins usa o caso de ataques à filha de Roberto Justus para expor o duplo padrão: “Se fosse eu no palco, já teria cadeia”

Após críticas que Vicky, de cinco anos, filha de Roberto Justus e Ana Paula Siebert, vem sofrendo nas redes, o comediante Leo Lins ergueu a bandeira do debate e escancarou o que chama de “tratamento desigual” entre quem faz piada e quem vomita ódio nas redes sociais. A polêmica começou quando o professor aposentado da UFRJ, Marcos Dantas, reagiu à foto da criança com uma bolsa de R$ 14 mil e escreveu, em tom de seriedade mórbida, “só guilhotina”.

“Professor de faculdade federal escreve em rede social ‘só guilhotina’ para uma postagem que exibe uma criança com uma bolsa de 14 mil reais. Ainda bem que foi só a opinião de um professor em uma rede social e não uma piada de um comediante num palco de teatro, se não era pelo menos 8 anos de cadeia por discurso de ódio e incentivo à violência”, disparou Leo Lins em seu perfil no Instagram, referindose à sua própria sentença: oito anos e três meses de prisão pela standup “Perturbador”, considerada ofensiva a diversos grupos.

Em vídeo divulgado na sequência, o casal repudiou o “discurso de morte” direcionado à filha e avisou que tomará “medidas judiciais contra os responsáveis pelas ofensas”, classificando a incitação à violência como “inaceitável” e “nada normal”.

A UFRJ, por sua vez, emitiu nota oficial na segunda (7/7) para afastar qualquer vínculo institucional com o exdocente. “As declarações do professor aposentado não refletem a universidade”, afirmou a reitoria, ao lembrar que Marcos Dantas se aposentou em 2022.

Embora Leo Lins siga em cartaz, com shows que enfatizam seu conflito com o politicamente correto, “proibido em mais de 50 cidades”, orgulhase a sinopse, a recente comparação entre suas piadas e o ataque a uma criança põe em xeque a linha tênue entre sátira e incitação ao ódio. Afinal, se um comentário público de um professor pode ser isento de consequências, por que a mesma postura, em tom de humor, custou ao comediante uma sentença severa? A resposta, talvez, esteja no palco e nas redes, onde a justiça parece ter dois pesos e duas medidas.


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FM
postado em 09/07/2025 10:49
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