
O rapper Oruam confirmou, nesta segunda-feira (22), que teve sua casa invadida por policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) do Rio de Janeiro. O episódio, ocorrido no bairro do Joá, zona oeste da capital fluminense, aconteceu quase cinco meses após sua prisão anterior. Dessa vez, o artista usou as redes sociais para pedir socorro aos fãs e relatar, em prantos, momentos de desespero durante a abordagem.
Em vídeos publicados nos stories do Instagram, o cantor apareceu chorando e visivelmente abalado, enquanto descrevia a movimentação na frente de sua casa. “Quem tiver de moto no Joá. Me ajuda. Eles estão aqui na minha porta 23h. Posta isso aí, tropa, tinham mais de 20 viaturas na porta da minha casa, mesmo delegado que me prendeu”, relatou.
Segundo Oruam, ele foi surpreendido ao sair pelo portão de casa. “Colocaram a pistola na minha cara e tentaram me prender. Nós conseguiu sair. Quem quiser me ajudar e puder vir pra cá, pra porta do Joá”, pediu, em apelo direto aos seguidores.
Entre lágrimas, o artista fez um desabafo emocional sobre sua origem e trajetória. “Claro que eles vai querer prender nós, pô. Nós é filho de bandido, nós não é ninguém. Vão entrar na nossa casa meia-noite e fazer o que quiserem. Tudo o que conquistei foi com a minha música. Vai tomar no cu”, disse, revoltado.
Em seguida, Oruam desafiou a presença da polícia em áreas de risco da cidade e mencionou seu pai biológico, em um recado que repercutiu entre fãs e veículos de imprensa. “Aí, eu quero ver vocês vir aqui, me pegar dentro do complexo. Não vai me pegar sabe por quê? Porque aqui vocês peidam”, afirmou.
De acordo com o cantor, a ação seria uma tentativa de manchar sua imagem e inventar acusações. “Lá no Joá vocês vão me envergonhar a troco de nada. Agora, vocês vai inventar vários bagulhos na internet. Mas o quê nós fez? Nós é artista, porra. Ontem eu tava com o Travis Scott e eu sou filho do Marcinho, seus filhos da puta”, disparou.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro se pronunciou sobre o caso e explicou à coluna de Mirelle Pinheiro, do portal Metrópoles, que a operação foi desencadeada com base em informações de inteligência. Os dados apontavam a presença de um adolescente foragido, suspeito de integrar o tráfico e ser segurança de um dos criminosos mais procurados do estado, em uma casa no Joá.
“Uma equipe diligenciou ao local, onde permaneceu monitorando o alvo em viatura descaracterizada. Ao sair da casa, junto com outras quatro pessoas, foi abordado pelos agentes, ocasião na qual foi anunciada a apreensão dele, bem como dos bens que portava, um celular e um cordão”, informou a corporação.
Ainda segundo a polícia, durante a abordagem, o morador do imóvel, identificado como Oruam, e outros oito indivíduos apareceram na varanda e passaram a hostilizar os agentes. Um policial teria sido ferido por uma pedra arremessada, o que motivou a entrada na residência. “Tais elementos desceram e continuaram proferindo insultos e ameaças contra a equipe. Um deles, inclusive, citando ser filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o 'Marcinho VP', como forma de intimidação”, detalhou a PCERJ.
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Um dos envolvidos teria corrido para dentro da casa, o que, segundo a polícia, justificou a entrada forçada. Ele foi autuado em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico.
Oruam e os demais teriam fugido antes da formalização da prisão. A corporação ainda destacou que esta é a segunda vez, em menos de seis meses, que um integrante de facção criminosa é encontrado no mesmo endereço.
Fabiano Moraes
Fabiano Moraes
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