
Há mais de 35 anos na estrada, a história da dupla Bruno & Marrone se mistura com o que o público entende como sertanejo atualmente. Os músicos foram importantes para o desenvolvimento do gênero e popularização da música sertaneja a nível nacional. Essa história é contada no podcast [Re]Discover, produção original da plataforma Amazon Music.
“Vivemos novos tempos e ter um projeto deste significa que estamos acompanhando as mudanças”, explica a dupla sobra a importância de serem o tema do podcast. O [Re]Discover é uma ideia original de contar a história de gêneros famosos da música brasileira por meio de grandes nomes que fazem parte do movimento.
Outros episódios foram feitos antes do de Bruno & Marrone, como sobre o funk, com Dennis Dj; e gospel com Aline Barros. Quem apresenta a narrativa é o ator Gabriel Leone. “Unir nossos nomes ao do Amazon Music é muito incrível. Sabemos o quanto são criteriosos e nos sentimos orgulhosos por fazer parte”, destacam Bruno e Marrone, que preferem dar respostas em nome da dupla.
Nesta edição do podcast, é apresentada toda a trajetória do sertanejo até o momento em que a dupla entra na história. Passando por nomes como Pena Branca & Xavantinho, Chitãozinho & Xororó e Zezé Di Camargo & Luciano. Bruno & Marrone são apresentados como os responsáveis pelo início do movimento conhecido como sertanejo universitário, após uma gravação, em uma rádio de Uberlândia (MG), fazer sucesso em camelôs de todo Brasil graças a pirataria.
“Quando gravamos nosso trabalho em Uberlândia, trouxemos uma sonoridade mais acústica, voz, violão, baixo, bateria e alguns elementos de percussão. Acho que essa foi a grande diferença assimilada pelo sertanejo universitário”, analisa a dupla, que atribui a febre gerada pela própria música à simplicidade. “Cantamos muitos anos em bares e trouxemos este estilo para nosso trabalho e tem dado muito certo. O público gosta da simplicidade desde que seja com qualidade”, afirmam.
Apesar de serem considerados como um ponto de mudança no sertanejo, Bruno & Marrone pregam um discurso humilde quando perguntados se são responsáveis por uma alteração no gênero. “Não só nós, mas todos que trilharam caminhos até mais difíceis que o nosso, como Chitãozinho e Xororó que colocaram a primeira música sertaneja para tocar em uma rádio FM, Fio de cabelo”, comentam.
Para os músicos, todos que foram bem-sucedidos antes deles, pavimentaram o caminho para que fosse possível a fama deles como dupla. “O sertanejo tem um diferencial que é a renovação incentivada pelos mais experientes como nós. Quando se tem renovação as coisas acontecem naturalmente”, acrescentam.
“Foi como ver um filme de tudo o que passamos. Tivemos dias bem difíceis e, em alguns momentos, até nos questionamos se chegaríamos lá ou não”, falam sobre a possibilidade de revisitar a própria carreira. “Passamos por todos os processos, desde o vinil até o digital, e sobreviver a tudo isso e nos manter traz muita alegria”, completam.
Ranking
O gênero sertanejo passa por um momento sem precedentes na música brasileira. Pela primeira vez nenhum músico do gênero está no top 5 mais ouvidos nos rankings do YouTube. A lista foi criada em 2018 e, desde então, sempre os sertanejos estiveram no topo. Porém do final de 2020 para cá perderam espaço para o funk, forró e pisadinha. Marília Mendonça liderava a lista, mas foi ultrapassada por nomes como Barões da Pisadinha e agora aparece apenas na 7ª colocação.
Bruno & Marrone preferem não avaliar a qualidade da música que está sendo feita do gênero atualmente. “Este não é um julgamento que nós temos de fazer, mas, sim, o público. Este sabe diferenciar o joio do trigo; quem tem verdade, quem tem história e ele faz um filtro para manter a nova geração”, apontam os músicos. “Sertanejo não é modismo, sertanejo é a música eleita pela maioria dos brasileiros e merece respeito”, complementam.
No entanto, os artistas acreditam muito na nova geração da música sertaneja. “Tem tantos nomes, tantos talentos que estão aí na batalha por espaço, como George Henrique e Rodrigo, e Diego e Victor Hugo. Além de nomes que surgiram e se fixaram, como Marília Mendonça”, pontuam os músicos. “Vemos aí uma boa safra para manter o sertanejo vivo por muitos e muitos anos, se Deus quiser”, adicionam.
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De olho em um novo público
Os dois cantores entendem como é importante estarem antenados nas novidades e por isso toparam fazer parte do projeto da Amazon Music. “Desde o início da pandemia percebemos o quanto crescemos no mercado digital”, contam. “Sinceramente, não tínhamos tanto olhar para este público, esta parceria irá abrir ainda mais nossos horizontes”, avaliam Bruno e Marrone.
Outro ponto que a dupla teve de se adaptar foi com a distância do público. Acostumados com grandes turnês e shows lotados, viram a pandemia avançar e tiveram que investir em outras formas de alcançar os fãs: as lives. “Não é fácil você sair de um palco com uma multidão interagindo e passar a falar com a câmera, é algo que nunca vamos nos acostumar, mas, ao mesmo tempo, foi a forma que encontramos para nos manter próximos de nosso público e ainda ajudar muitas pessoas, com o que arrecadamos nas lives”, lembram sobre o momento em que fizeram apresentações virtuais de sucesso, principalmente no início da quarentena.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira