Considerado um dos maiores de todos os tempos pelos amantes do hip-hop nacional, Sabotage marcou a história do rap. As rimas que criou estão na memória do público até a atualidade, quase 20 anos após ao assassinato do rapper. Em uma homenagem ao artista, a distribuidora Symphonic se uniu à família de Sabotage para lançar o EP Originals demo (2002), que começou a ser feito em 2002, mas parou a produção um ano depois, após a morte do artista.
Em uma versão voltada para apresentar ao público a música mais próxima da ideia original do rapper, a distribuidora convidou os mesmos produtores da época, Daniel Ganjaman, Tejo Damasceno e Quincas Moreira, para fazer um novo tratamento em canções já conhecidas como País da fome, Quem viver verá e Canão foi tão bom.
"A ideia era mostrar exatamente o que a gente tinha gravado na época, com as ideias dele. Porque ele participou de todos os processos, seja nas músicas comigo, com o Quincas e com o Ganjaman. Basicamente eu abri as sessões e só dei um trato final mínimo de edição para não alterar em nada o que ele havia idealizado, já que a ideia era justamente mostrar as músicas do jeito que elas estavam antes de falecer", afirma Tejo Damasceno.
Para Ian Bueno, chefe da Symphonic no Brasil, é uma oportunidade de revistar uma obra tão cultuada de um artista que teve pouco tempo, mas mudou muito o cenário. "O EP Originals demo (2002) é um presente não só para os fãs, que vão poder conferir essas músicas nas versões originalmente idealizadas pelo Sabota, mas também para as novas gerações que acompanham nomes de gerações mais novas que, sem dúvida, foram inspirados por essa lenda", pontua. "O projeto foi elaborado para ressaltar toda a capacidade artística criativa e única do Maestro do Canão", complementa.
A importância de Sabotage é ressaltada por Tejo, que viu de perto a mente do rapper criando as rimas que são entoadas no Brasil até hoje. "O Sabota ainda em vida já era considerado um dos maiores rappers do Brasil, e quanto mais o tempo passa, mais é perceptível o talento nato dele, a escrita apurada, as técnicas de rima e de flow muito acima da média, uma musicalidade inacreditável, facilidade para composição, e o público sente isso. Isso tudo não é importante apenas pro rap, mas pra música popular brasileira em geral", analisa.
"O fato de ele ser essa figura especial o torna atemporal. É só reparar nas letras que seguem mais atuais que nunca, porque muitas dessas composições são de protesto e de cunho social fortíssimo e, infelizmente, o Brasil não mudou muito, até piorou. Então principalmente as letras dele seguem mais atuais que nunca, têm um peso importante", reflete o produtor. "É impossível pensar no hip-hop e no rap nacional hoje sem enxergar a influência e o legado do Sabotage, daí a importância de seguir fazendo jus à sua trajetória artística hoje e sempre", completa Ian Bueno.
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