São Sebastião

Exposição promove a demarcação de árvore histórica de São Sebastião

Promovida pela RAXIV Galeria, a demarcação da Gameleira Central da cidade marca a abertura da exposição 'Raízes de São Sebastião'

Naum Giló*
postado em 04/05/2022 17:27 / atualizado em 04/05/2022 17:30
Ruínas de uma olaria de São Sebastião servem de inspiração para a mostra -  (crédito: Dani Dumoulin)
Ruínas de uma olaria de São Sebastião servem de inspiração para a mostra - (crédito: Dani Dumoulin)

A RAXIV Galeria — espaço autônomo de difusão de arte convida toda a comunidade de São Sebastião para a demarcação da Gameleira Central da cidade, neste sábado (7/5), às 18h. O ato faz parte do da programação de abertura da exposição coletiva Raízes de São Sebastião, que retrata as matrizes culturais da cidade que estão sendo soterradas pelo processo de urbanização.

A ação será feita pelo poeta e griô Edvair Ribeiro, que também comandará um bate-papo sobre a história da cidade. O estudante de museologia Gabriel Dourado fará uma fala sobre a importância de compreensão da expressão artística e cultural da periferia como um registro histórico. “A derrubada da gameleira representa a destruição de um patrimônio histórico, que vai além de uma construção feita pela mão humana. Os elementos geográficos e culturais também fazem parte da história local”, pontua Ricardo Caldeira, diretor artístico da exposição.

Considerada berço de São Sebastião, a árvore era localizada em frente ao Campo Central e tornou-se um ponto de encontro desde o começo da construção da cidade. No local, eram feitos os festejos tradicionais da comunidade, feiras e o primeiro ponto de telefone. Uma das principais vias da cidade leva o nome de Rua da Gameleira, por causa da árvore, que foi cortada para a construção de uma parada de ônibus e pontos de comércio. “A gameleira foi derrubada em 1996 e as pessoas daquela época falam da relação afetiva que tinham com a árvore, que era um ponto de encontro e convivência. Olhar para essa história é ter elementos para a gente cuidar do que faz parte da nossa história hoje”, explica Caldeira.

A exposição

A mostra Raízes de São Sebastião conta com mais de 10 artistas da cidade, de diferentes gerações e variadas linguagens artísticas, e busca lançar um olhar sobre o reconhecimento da importância histórica e cultural da presença dos migrantes, das olarias, da natureza nativa do cerrado, bem como as águas, as nascentes e a coexistência entre as zonas rurais e urbanas. Entre os artistas selecionados estão Calcifer Zecaiê, Carli Ayô, Chico Metaformose, Loba Makua, Mael Lima, Martiz, Mozart Silva, Under e Senhora Teles, que fará uma performance ao longo de toda a abertura.

Como uma forma de valorizar a presença das olarias que resistem na cidade, a artista Dani Dumoulin fará uma instalação com escombros da Olaria Nacional, recentemente derrubada para favorecer um empreendimento imobiliário. Também haverá uma exposição de tijolos artesanais da olaria na Chácara Veredas, feitos pela Dona Leontina e família, pioneiros de São Sebastião.

A exposição fica em cartaz até 3 de junho, na RAXIV Galeria, no centro de São Sebastião. A produção é da Sebastianas, agência potencializadora de artistas de quebrada.

Abertura da exposição Raízes de São Sebastião, com ato de demarcação da Gameleira

7 de maio, às 18h ,Rua 44, lote 70, centro de São Sebastião. Gratuito. Classificação indicativa: livre

 

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