Festival da Cannes

O cinema visceral de Cronenberg volta a Cannes

O filme "Crimes of the future" do cineasta David Cronenberg promete abalar o festival com sangue e vísceras

Agence France-Presse
postado em 23/05/2022 16:59 / atualizado em 24/05/2022 10:19
O cinema visceral de Cronenberg volta a Cannes -  (crédito: LOIC VENANCE / AFP)
O cinema visceral de Cronenberg volta a Cannes - (crédito: LOIC VENANCE / AFP)

O novo filme de David Cronenberg, Crimes of the future, promete abalar a Croisette com imagens de sangue e vísceras nesta segunda-feira (23/5), quando o Festival de Cannes chega à metade e alguns concorrentes à Palma de Ouro começam a se destacar.

Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart protagonizam esta história na qual um artista exibe seus próprios órgãos internos.

"Meu objetivo não é comover ou que as pessoas saiam da sala, mas pode acontecer", reconheceu o diretor, considerando que o público, "não é apenas formado por cinéfilos, mas também por pessoas que querem estar no tapete vermelho, ver Léa Seydoux, ou que não estão preparadas para um filme perturbador".

Cronenberg já viveu esta experiência em 1996, quando concorreu pela primeira vez com Crash, uma história de sexo e acidentes de carro, e conquistou o Prêmio Especial do Júri.

A polêmica produção inspirou a diretora francesa Julia Ducournau, que ganhou a Palma de Ouro em 2021 com Titane. Mas pode ser que a história não se repita, admite Cronenberg: "na época, as cadeiras faziam barulho (...) Sabíamos quando as pessoas estavam saindo e quantas eram".

Com Crimes of the future, o cineasta concorre à Palma de Ouro pela sexta vez. A última foi com Maps to the stars (2014), sobre a obsessão pela fama protagonizada por Julianne Moore, que levou o prêmio de melhor interpretação.

Desta vez, ele volta com Viggo Mortensen, com quem já esteve em Cannes em 2005 com Marcas da violência.

  • O cinema visceral de Cronenberg volta a Cannes LOIC VENANCE / AFP
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  • O cinema visceral de Cronenberg volta a Cannes LOIC VENANCE / AFP
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Convidado inusitado 

Além da sangrenta produção de Cronenberg, outro filme da mostra competitiva exibido nesta segunda-feira (24/5) foi Decision to leave, de Park Chan-wook.

O diretor sul-coreano, que ganhou fama com Oldboy, apresenta agora um veterano detetive que investiga a morte de um homem cuja esposa é o principal suspeito.

Metade dos 21 filmes em disputa pela Palma de Ouro já foi apresentada e alguns começam a se destacar. Entre eles, Triangle of sadness, uma sátira feroz sobre o mundo atual do sueco Ruben Ostlund. James Gray apresenta Armageddon time, um retrato de Nova York dos anos 1980 pelos olhos de um menino e de seu colega de classe negro.

Tchaikovksi wife, de Kirill Serebrennikov, emocionou na estreia da competição, mas foi ofuscado pela polêmica presença de seu diretor russo, criticada por cineastas ucranianos. O diretor iraniano Alí Abbasi surpreendeu com Holy spider, que descreve a violência contra as mulheres em seu país.

O veterano cineasta polonês Jerzy Skolimowski se destacou com Eo, protagonizado... por um burro que descobre a violência humana em um contexto de defesa dos animais. Grandes nomes do cinema, já premiados anteriormente, ainda devem ser exibidos no festival. Entre eles estão Tori and Lokita, dos irmãos Dardenne, sobre a amizade de dois jovens africanos exilados na Bélgica e Broker, do japonês Hirokazu Kore-eda, laureado em 2018 por Assunto de família.

O vencedor será revelado em 28 de maio pelo júri, presidido pelo ator francês Vincent Lindon.

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