Música

‘Baseado em hits reais’: livro resgata a história de 40 ex-hitmakers

‘Baseado em hits reais’, do jornalista Braulio Lorentz, resgata mais de 40 ‘artistas de um hit só’ e retrata o que há por trás do sucesso repentino

Escrito pelo jornalista Braulio Lorentz, o livro Baseado em hits reais busca relembrar os tais ‘artistas de um hit só’. Na obra, o escritor resgata mais de 40 nomes, como, por exemplo, Vanessa Carlton, KT Tunstall e Lou Bega, responsáveis por Torn, Suddenly I see e Mambo no. 5, respectivamente, e, a partir de entrevistas com os músicos, retrata o que há por trás do sucesso repentino e os altos e baixos da vida após o estrelato temporário.

A ideia do projeto surgiu há mais de quatro anos, conta Braulio, durante uma noite reorganizando uma estante de álbuns. “Era só uma faxina, mas aí comecei a ouvir umas músicas que não escutava fazia um bom tempo — como The way, do Fastball — e me veio a pergunta: “O que aconteceu com essa banda?”. A partir daí, fui ficando obcecado por esses artistas que fizeram um sucesso gigante e depois sumiram”, lembra o escritor.

Durante as entrevistas, Braulio notou que, apesar de diferentes origens e estilos, muitos dos artistas passaram pelo mesmo ciclo. “O sucesso inesperado, a cobrança para repetir o feito, e depois o sumiço”, detalha. “E cada um lida com isso de um jeito. Alguns guardam mágoas, outros levam numa boa. Tem quem tenha largado tudo e virado professor, terapeuta, fazendeiro… E o mais legal: quase todos têm histórias incríveis melhores do que o próprio hit”, afirma.

O processo para conseguir acesso aos músicos, porém, não foi fácil. “Teve empresário grosso, artista que só topava entrevista paga, outros que nunca responderam. Mas também teve muita conversa incrível com gente que topou abrir o coração e contar histórias que nunca tinham contado”, garante o autor.

Entre os mais de 40 entrevistados, Alan Jansson, produtor de How bizarre, do OMC, foi o que mais chamou a atenção do jornalista. “Foi uma das músicas mais tocadas de 1996 e parece um prato de uma pessoa indecisa em um restaurante self-service. Há trompetistas mariachis, violãozinho inspirado em Lou Reed, rap contra o abuso da polícia e refrão soul rimando baby e crazy”, descreve Braulio.

“O vocalista (Pauly Fuemana) já tinha morrido, e eu achava que a história ia ficar pela metade. Mas o produtor topou conversar e, no meio do papo, começou a fazer com a boca os sons de cada instrumento da música, explicando, tipo com um beatbox, cada camada do arranjo. Aquilo reacendeu em mim a paixão por essas músicas “esquisitas” que grudam na cabeça”, conta o escritor.

Baseado em hits reais está disponível para venda por meio da plataforma Catarse, em uma campanha de financiamento aberta que vai até domingo (18/5), por R$ 70. A previsão é que o livro seja publicado e enviado aos apoiadores no mês de julho.

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