Música

Novo disco de Diogo Nogueira é a trilha do amor que venceu

O mês dos namorados se despede hoje, mas ainda é tempo de romance — Diogo Nogueira lança o álbum Sagrado, Vol. 2 e canta sobre a beleza do amor

Diogo Nogueira dedica novo trabalho aos apaixonados -  (crédito: Bruna Sussekind)
Diogo Nogueira dedica novo trabalho aos apaixonados - (crédito: Bruna Sussekind)

Romântico autodeclarado, Diogo Nogueira dedica o novo trabalho aos eternos apaixonados. O amor permeia as sete faixas de Sagrado, Vol. 2, álbum em que o carioca canta  as belezas e os encantos de amar e ser amado. Lançado propositalmente no mês dos namorados, o disco reúne faixas que prometem embalar casais brasileiros de todas as idades. Apesar do foco na paixão, o projeto também fala sobre outras formas de carinho — como, no caso do sambista, pelo Rio de Janeiro, estado em que nasceu.

"O brasileiro é romântico, mas gosta de ouvir mais sobre a sofrência", afirma Diogo. "Por isso, eu resolvi fazer diferente. Eu queria um disco alegre, alto astral e para cima. Queria falar sobre o amor da forma que, na minha opinião, é a melhor — a da alegria e da brincadeira. Para mim, é a coisa mais linda que tem", explica o sambista.

Em Iluminou, por exemplo, Diogo canta versos como "Aí, você chegou/E foi clareando tudo que era escuro" e "Te quero tanto bem/É verdade, eu não troco esse dengo gostoso por ninguém". "As músicas de hoje em dia só falam de traição e chifre", ri o carioca. "Foi daí que eu tirei a vontade de falar do amor que venceu, que é bom e que tem que ser vibrado. Precisamos desse final feliz. O amor é muito bonito para ser retratado somente como sofrido e doloroso", diz o músico.

Única composição de Diogo no álbum, Coisas do amor (Me chama) é outro destaque romântico do disco. "Eu estava ouvindo muito Tim Maia nesta época. E aí, quando eu comecei a construir a melodia e o início da letra, eu só conseguia ouvir a voz dele cantando essa música", conta o artista.

A solução, portanto, foi acrescentar uma participação especial na faixa. "Além dele, eu só conseguia imaginar a Sandra de Sá cantando a música, devido à potência vocal e o suingue preto e brasileiro dela. Ela é a única pessoa que me traz esse mesmo sentimento que eu sinto ouvindo Tim. É a única voz que se aproxima disso", compara o compositor.

Outros amores

Para Diogo, o amor é sagrado de diferentes formas. "Desde amar seu parceiro até amar seu bairro e sua cidade", exemplifica o cantor. "O amor está ligado a tudo. E é justamente isso que eu quis transmitir no álbum", aponta. Quem dera, faixa que encerra o álbum, narra uma rotina carioca com direito a sambão no Relógio, rogação na Igreja de Nossa Senhora da Penha e esfirra no coração do Méier."

"Aqui no Rio, o cara sai do trabalho às 18h e não vai para casa. Ele vai à praia, ao botequim ou ao samba. Esse romantismo carioca é maravilhoso", destaca o artista. "Você tem a liberdade de sair na rua, ir ao botequim, tomar um chope e, no fim, bater um papo com desconhecidos", acrescenta. "Esse jeito de ser me inspira", exalta.

Filho do sambista João Nogueira, Diogo se lembra com nostalgia da infância carioca. "Minha família é toda suburbana, por parte de pai e mãe, então eu vivi esse cotidiano de brincar na rua enquanto os demais parentes ficam sentados na rua olhando as crianças. Hoje em dia isso é difícil, mas já foi nossa realidade", recorda.

Outro tema abordado no disco é a pluralidade religiosa. Em Já deu tudo certo, Diogo canta sobre fé, amor e força. "Praticamente, todos os meus trabalhos falam sobre religião e autoajuda. O meu primeiro sucesso, por exemplo, foi Fé em Deus, depois Tô fazendo a minha parte e Clareou. Músicas que falam sobre as coisas em que eu acredito sempre estiveram presentes na minha vida", destaca o cantor.

"Essa faixa, especificamente, fala sobre intolerância e dá o recado de que já deu tudo certo. Independentemente se você é católico, evangélico, candomblecista, umbandista ou budista, o respeito precisa existir. É preciso entender que a democracia faz diferença para sermos o país multicultural que somos. Eu sempre faço questão de ter mensagens como essa nos meus trabalhos", confirma.

Música brasileira

Recém-chegado de uma turnê em Portugal, Diogo Nogueira se diz um "defensor da cultura nacional". "Eu viajo bastante para fora, fazendo shows na Europa e nos Estados Unidos, e, realmente, a música brasileira é uma das melhores que existem no mundo. Os músicos estrangeiros respeitam a nossa cultura de uma forma que a gente nem imagina", garante o compositor.

"A gente fica muito feliz quando consegue ultrapassar barreiras com música boa e de qualidade. Ser reconhecido mundialmente é uma das coisas mais lindas que podem acontecer. Eu sou um defensor não só da cultura, mas também da música boa, e faço de tudo para que as pessoas entendam que é necessário criar arte de qualidade", finaliza o carioca.

 


postado em 30/06/2025 06:00
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