Aos 34 anos, o ator português José Maria Brion vê desabrochar, sob o sol do Brasil, um sonho que há muito habitava seus dias: pisar, enfim, as telas da televisão brasileira. Na próxima semana, entre 18 e 22 de agosto, ele desembarca no horário nobre da TV Globo, na novela Dona de mim, trazendo à vida Deco, um tatuador lusitano de passado sombrio e intenções veladas, que retorna como um vendaval à vida de Nina, personagem vivida por Flora Camolese.
"Estou profundamente feliz com este novo passo. A arte de representar sempre foi minha grande paixão — e o Brasil, um destino inevitável, pela força de sua cultura e pela excelência de seu cinema, teatro e televisão", confessa Brion, com um brilho de entusiasmo nos olhos.
Na trama, Deco é um homem de contrastes: suas mãos, hábeis em traçar linhas indeléveis na pele, também se embrenham em negócios obscuros. Tatuador e traficante, ele busca Nina, que um dia fugiu de Portugal levando consigo sua máquina de tatuagem — mas será apenas o objeto que o traz de volta, ou há segredos mais profundos por trás dessa busca?
Filho caçula de um casal unido há quase quatro décadas, Zé Maria — como prefere ser chamado — descobriu nas ruas de Lisboa os primeiros ecos de sua vocação. Desde as peças escolares até os palcos das principais emissoras portuguesas, como SIC e TVI, sua trajetória foi marcada por uma sede insaciável de expressão. Determinado a aprimorar seu ofício, cruzou o Atlântico para estudar no lendário Lee Strasberg Theatre and Film Institute, em Nova York, onde respirou o mesmo ar que outrora inspirou gigantes como Al Pacino, Marlon Brando e Marilyn Monroe.
Mas foi no Brasil que seu coração encontrou o cenário perfeito para uma nova aurora. Fascinado pelo país desde a juventude, Brion já percorreu seus caminhos de norte a sul — das águas furiosas das Cataratas do Iguaçu aos areais dourados de Jericoacoara —, e carrega consigo laços que transcendem o acaso. Sua mãe, que por oito anos fez de São Paulo e Santos seu lar, teceu em sua história uma proximidade íntima com a terra brasileira.
Agora, instalado no Rio de Janeiro, o ator se deixa envolver pelo abraço caloroso da cidade. "Há uma energia aqui que é única — humana, vibrante, criativa. É impossível não se entregar", declara, como quem fala de um amor recém-descoberto.
Entre diplomas em administração e finanças — conquistados na renomada Cass Business School, em Londres — e uma breve incursão pelo mundo corporativo, Brion optou, no fim, pela única estrada que verdadeiramente o chamava: a arte. Sua última atuação, em Viena, na peça Só eu tenho a chave dessa parada selvagem, baseada na vida de Stravinsky e do bailarino Nijinski, foi apenas o prelúdio para este novo capítulo.
E assim, entre tintas de tatuagem e histórias por desvendar, José Maria Brion se prepara para deixar sua marca não apenas na pele de seus personagens, mas na memória afetiva de um país que já o adotou como seu.
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