
De Hollywood e Broadway às produções de streaming europeias, uma geração de artistas brasileiros está redefinindo fronteiras e ampliando presença no cenário global. O Correio apresenta um pouco da trajetória de Marcel Octávio, Eduardo Muniz, Isa Salmen e Paula Lafayette — alguns desses nomes que estão fazendo história além das fronteiras do Brasil, e descobriram que, mesmo no exterior, o sotaque artístico brasileiro é impossível de ignorar.
Clássico da Broadway
O musical O Rei Leão, um dos espetáculos de maior sucesso e longevidade do mundo, acaba de ganhar um novo Scar em Madri – e ele é brasileiro. O ator e cantor carioca Marcel Octavio, de 37 anos, foi escolhido para protagonizar a versão espanhola do espetáculo, que está em cartaz há 14 anos ininterruptos na capital espanhola. O contrato inicial prevê que ele viverá o icônico vilão pelos próximos 12 meses.
A oportunidade surgiu como um desdobramento natural de seu trabalho no Brasil. No ano passado, Marcel interpretou o mesmo personagem na montagem brasileira em São Paulo. A decisão de cruzar o oceano com a família — ele é casado e tem um filho — não foi fácil, mas foi tomada em conjunto. “Mudar de país nunca é simples, mas eu e minha esposa sentimos que seria uma oportunidade única — para mim como ator, e para nós como família.”
Com 18 anos de carreira e dezenas de musicais no currículo – incluindo o protagonista em Tom Jobim, o musical e um Prêmio DID de Melhor Ator por Assassinato para dois –, a versatilidade de Marcel Octavio não se limita aos palcos: ele é uma voz constante no universo do streaming, tendo participado de dublagens para grandes produções como os filmes Branca de Neve e As Marvels, e as séries Echo e Star Wars: Skeleton Crew, todas para a Disney+, além do anime Bocchi the Rock.
Formado em cinema pela PUC-Rio e com passagens pela Stella Adler School of Arts, em Nova York, Marcel Octavio é também multi-instrumentista (toca piano, acordeon e violão) e professor de canto. Sua trajetória multifacetada inclui ainda passagens pela tevê, como nas novelas Tempo de amar (Globo) e Gênesis (Record).
Fenômenos internacionais
Com quase 20 anos de carreira, o ator e diretor carioca Eduardo Muniz vive um momento de consolidação no mercado internacional. Acaba de gravar uma participação na prestigiada série britânica Silent witness (BBC), que está no ar desde 1996 e chega à 28ª temporada com o mesmo prestígio em dramas policiais de investigação forense. O trabalho soma-se a outro marco recente: em 2022, ele estrelou um episódio da famosa série americana Grey’s Anatomy.
A trajetória de Muniz, no entanto, começou longe dos sets internacionais. Sua estreia na televisão foi em 2006, no remake de Sítio do Picapau Amarelo, da TV Globo. Nos anos seguintes, construiu uma carreira sólida no Brasil, com participações em novelas da RecordTV, como Luz do sol, Caminhos do coração e Amor e intrigas, e na direção de peças de teatro — uma delas, Afogando em terra firme, foi indicada ao Prêmio APCA.
Desde 2011, ele mora nos Estados Unidos com a esposa, a também atriz Bia Borinn. O desejo de atuar no exterior só surgiu mais tarde, no final de 2021, após a paralisia da indústria causada pela pandemia. O impulso decisivo veio com a participação em Grey’s Anatomy. “Foi um impacto enorme. Grey’s é um fenômeno global, e poder levar um pouco da minha brasilidade para um set tão prestigiado abriu muitas portas”, relata. Uma dessas portas foi justamente o convite para Silent witness.
Na ponte aérea
Depois de fazer parte de projetos como Fim, do Globoplay, da novela Fuzuê, da Globo, e de séries como Reis e Rainha da Pérsia, na Record, Isa Salmen coprotagonizou o longa italiano L’educazione della Nonna, de Massimo Scaglione, ao lado de Anna Galiena, Nicola Siri, Carolina Elisabeta Gaudio e grande elenco. Em seguida, emendou em uma série para a HBO Espanha, chamada Vitória, com direção de Leonel Vieira e gravações entre Portugal e Espanha.
A atriz paulista poliglota — que já atuou no longa ítalo-brasileiro Dueto ao lado das veteranas brasileiras Marieta Severo e Luisa Arraes, do internacional Gabriel Leone e do italiano Michele Morrone — veio ao Brasil gravar a série O senhor e a serva, também da Record, e uma participação especial em Mania de você, da Globo, mas já está voltando para a Europa. "Vou dublar minha personagem no longa italiano e tenho uma série de testes para novelas em Portugal", adianta a atriz.
Isabella Marquezine Salmen formou-se na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio, mas também ostenta diplomas conquistados no Lee Strasberg e na Stella Adler, em Nova York. A brasileira trabalhou e estudou na Espanha com Juan Carlos Corazza e também estudou na Itália, na Accademia Nazionale di Roma. “Eu gosto de desafios”, garantiu a internacional Isa.
De volta para casa
Mas há também quem faça o caminho inverso. Depois de quase uma década construindo uma sólida carreira internacional, a atriz Paula Lafayette está de volta ao Brasil. Nascida no Rio Grande do Sul e formada em artes cênicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ela deixa para trás uma temporada de sucesso em Hollywood e na Europa para se reconectar com suas origens e com a sua identidade artística.
“Hoje sinto uma necessidade muito forte de voltar ao Brasil, ao meu país, onde acredito que minha voz, minha trajetória e minha identidade possam encontrar espaço para se expressar com mais verdade, complexidade e liberdade”, afirmou Paula.
A jornada internacional de Paula começou em 2015, quando integrou o elenco da série australiana Wonderland, da Fremantle Media. O pontapé foi o início de uma mudança mais ousada: em 2016, ela se estabeleceu em Los Angeles, onde viveu por seis anos. Nesse período, aprofundou seus estudos na The New York Film Academy e mergulhou no competitivo mercado audiovisual norte-americano.
Paula participou da série de terror The Purge (USA Network, 2019) e entrou para o universo épico da Netflix em Vikings: Valhalla (2024). Sua versatilidade a levou também para trás das câmeras, como dubladora em português e inglês em projetos como a série nacional O mecanismo (2018).
Mais recentemente, a atriz expandiu sua atuação para a Europa. Esteve na segunda temporada da aclamada comédia irlandesa The dry (2024), indicada ao BAFTA, e foi dirigida por Joaquim Leitão na série portuguesa Faro (2025). Também integrou o elenco da produção lusa A travessia (2025).
Saiba Mais
(SUB-1) Clássico da Broadway
O musical O Rei Leão, um dos espetáculos de maior sucesso e longevidade do mundo, acaba de ganhar um novo Scar em Madri – e ele é brasileiro. O ator e cantor carioca Marcel Octavio, de 37 anos, foi escolhido para protagonizar a versão espanhola do espetáculo, que está em cartaz há 14 anos ininterruptos na capital espanhola. O contrato inicial prevê que ele viverá o icônico vilão pelos próximos 12 meses.
A oportunidade surgiu como um desdobramento natural de seu trabalho no Brasil. No ano passado, Marcel interpretou o mesmo personagem na montagem brasileira em São Paulo. A decisão de cruzar o oceano com a família — ele é casado e tem um filho — não foi fácil, mas foi tomada em conjunto. “Mudar de país nunca é simples, mas eu e minha esposa sentimos que seria uma oportunidade única — para mim como ator, e para nós como família.”
Com 18 anos de carreira e dezenas de musicais no currículo – incluindo o protagonista em Tom Jobim, o musical e um Prêmio DID de Melhor Ator por Assassinato para dois –, a versatilidade de Marcel Octavio não se limita aos palcos: ele é uma voz constante no universo do streaming, tendo participado de dublagens para grandes produções como os filmes Branca de Neve e As Marvels, e as séries Echo e Star Wars: Skeleton Crew, todas para a Disney+, além do anime Bocchi the Rock.
Formado em cinema pela PUC-Rio e com passagens pela Stella Adler School of Arts, em Nova York, Marcel Octavio é também multi-instrumentista (toca piano, acordeon e violão) e professor de canto. Sua trajetória multifacetada inclui ainda passagens pela tevê, como nas novelas Tempo de amar (Globo) e Gênesis (Record).
(SUB-2) Fenômenos internacionais
Com quase 20 anos de carreira, o ator e diretor carioca Eduardo Muniz vive um momento de consolidação no mercado internacional. Acaba de gravar uma participação na prestigiada série britânica Silent witness (BBC), que está no ar desde 1996 e chega à 28ª temporada com o mesmo prestígio em dramas policiais de investigação forense. O trabalho soma-se a outro marco recente: em 2022, ele estrelou um episódio da famosa série americana Grey’s Anatomy.
A trajetória de Muniz, no entanto, começou longe dos sets internacionais. Sua estreia na televisão foi em 2006, no remake de Sítio do Picapau Amarelo, da TV Globo. Nos anos seguintes, construiu uma carreira sólida no Brasil, com participações em novelas da RecordTV, como Luz do sol, Caminhos do coração e Amor e intrigas, e na direção de peças de teatro — uma delas, Afogando em terra firme, foi indicada ao Prêmio APCA.
Desde 2011, ele mora nos Estados Unidos com a esposa, a também atriz Bia Borinn. O desejo de atuar no exterior só surgiu mais tarde, no final de 2021, após a paralisia da indústria causada pela pandemia. O impulso decisivo veio com a participação em Grey’s Anatomy. “Foi um impacto enorme. Grey’s é um fenômeno global, e poder levar um pouco da minha brasilidade para um set tão prestigiado abriu muitas portas”, relata. Uma dessas portas foi justamente o convite para Silent witness.
(SUB-3) Na ponte aérea
Depois de fazer parte de projetos como Fim, do Globoplay, da novela Fuzuê, da Globo, e de séries como Reis e Rainha da Pérsia, na Record, Isa Salmen coprotagonizou o longa italiano L’educazione della Nonna, de Massimo Scaglione, ao lado de Anna Galiena, Nicola Siri, Carolina Elisabeta Gaudio e grande elenco. Em seguida, emendou em uma série para a HBO Espanha, chamada Vitória, com direção de Leonel Vieira e gravações entre Portugal e Espanha.
A atriz paulista poliglota — que já atuou no longa ítalo-brasileiro Dueto ao lado das veteranas brasileiras Marieta Severo e Luisa Arraes, do internacional Gabriel Leone e do italiano Michele Morrone — veio ao Brasil gravar a série O senhor e a serva, também da Record, e uma participação especial em Mania de você, da Globo, mas já está voltando para a Europa. "Vou dublar minha personagem no longa italiano e tenho uma série de testes para novelas em Portugal", adianta a atriz.
Isabella Marquezine Salmen formou-se na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio, mas também ostenta diplomas conquistados no Lee Strasberg e na Stella Adler, em Nova York. A brasileira trabalhou e estudou na Espanha com Juan Carlos Corazza e também estudou na Itália, na Accademia Nazionale di Roma. “Eu gosto de desafios”, garantiu a internacional Isa.
(SUB-4) De volta para casa
Mas há também quem faça o caminho inverso. Depois de quase uma década construindo uma sólida carreira internacional, a atriz Paula Lafayette está de volta ao Brasil. Nascida no Rio Grande do Sul e formada em artes cênicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ela deixa para trás uma temporada de sucesso em Hollywood e na Europa para se reconectar com suas origens e com a sua identidade artística.
“Hoje sinto uma necessidade muito forte de voltar ao Brasil, ao meu país, onde acredito que minha voz, minha trajetória e minha identidade possam encontrar espaço para se expressar com mais verdade, complexidade e liberdade”, afirmou Paula.
A jornada internacional de Paula começou em 2015, quando integrou o elenco da série australiana Wonderland, da Fremantle Media. O pontapé foi o início de uma mudança mais ousada: em 2016, ela se estabeleceu em Los Angeles, onde viveu por seis anos. Nesse período, aprofundou seus estudos na The New York Film Academy e mergulhou no competitivo mercado audiovisual norte-americano.
Paula participou da série de terror The Purge (USA Network, 2019) e entrou para o universo épico da Netflix em Vikings: Valhalla (2024). Sua versatilidade a levou também para trás das câmeras, como dubladora em português e inglês em projetos como a série nacional O mecanismo (2018).
Mais recentemente, a atriz expandiu sua atuação para a Europa. Esteve na segunda temporada da aclamada comédia irlandesa The dry (2024), indicada ao BAFTA, e foi dirigida por Joaquim Leitão na série portuguesa Faro (2025). Também integrou o elenco da produção lusa A travessia (2025).
Diversão e Arte
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