Fernando Lopes, músico intérprete de boleros e o primeiro contratado da Rádio Nacional em Brasília, morreu nesta terça-feira (4/11), aos 93 anos. O cantor realizava shows em Goiânia quando, em 1959, aos 21 anos, foi contratado pela Rádio para integrar a cena cultural da nova capital do país. O sucesso de Lopes veio rápido: as apresentações nos programas da emissora logo evoluíram para serestas no Catetinho com a presença do então presidente Juscelino Kubitschek. Lopes era um dos últimos artistas vivos da primeira geração de músicos do DF.
Nos fins de semana, o músico cantava nas boates e casas noturnas da cidade, sempre com repertório que homenageava os grandes nomes do bolero como Agustin Lara, Lucho Gatica, Pedro Vargas, Miguel Aceve Mejia e o Trio Irakitan. Em entrevista ao Correio, em 2020, Fernando Lopes ressaltou que “os shows eram muito concorridos e o público aplaudia calorosamente, com direito a pedido de bis”.
Na mesma entrevista, Lopes relembrou com carinho a época que se apresentava em Brasília. Longe dos palcos há bastante tempo, o músico ressaltou que ainda tinha ótimas lembranças do início e auge da carreira: “A primeira vez que fui ao sarau que o presidente Juascelino Kubistschek promovia no Catetinho estava na companhia do maestro Isac Kolman, que era compadre de amigo de JK. Naquela noite, conheci o violonista Dilermando Reis e Sílvio Caldas. Estavam lá também Israel Pinheiro e Ernesto Silva, entre outros. Participei do sarau e cantei Granada, de Agustin Lara, que era uma das músicas preferidas do presidente. Depois disso passei a ser convidado para outros saraus. Bons tempos aqueles”.
