Brigitte Bardot, atriz francesa falecida aos 91 anos neste domingo (28/12), não marcou apenas a indústria cultural durante a carreira, mas dedicou a segunda metade de sua vida à proteção dos animais, tornando-se uma das ativistas mais conhecidas mundialmente nesse campo. Após deixar o cinema, Bardot fundou, em 1986, a Brigitte Bardot Foundation, voltada à defesa dos direitos dos animais e ao combate a maus-tratos, incluindo ações contra touradas e crueldade em fazendas.
A fama adquirida em sua carreira cinematográfica ajudou a dar visibilidade às suas campanhas, transformando sua paixão em uma referência global. "Tenho muito orgulho da primeira parte da minha vida, que foi um sucesso e que agora me permite ter uma fama mundial, que me ajuda muito na proteção dos animais", declarou a atriz à Agence France-Presse (AFP) em 2024.
Antes de se dedicar à causa, Bardot foi um ícone internacional do cinema e da cultura pop. Estrela de quase 50 filmes, ela impôs um estilo de vestir simples e sensual e ajudou a consolidar a fama de destinos como Saint-Tropez, na França, e Búzios, no Brasil. Ao ser questionada sobre qual atriz poderia interpretá-la em um filme, respondeu com franqueza: "Nenhuma. Não há uma capaz de fazê-lo. O que falta? Minha personalidade".
Sua carreira começou em 1956, aos 22 anos, com E Deus Criou a Mulher, filme dirigido por seu então marido, Roger Vadim. A icônica cena em que Bardot, descalça e com o cabelo solto, dança um mambo sobre uma mesa provocou escândalo na França, enquanto nos Estados Unidos ela encantava o público. Sua liberdade e sensualidade conquistaram jovens, inspiraram movimentos de liberação sexual e até Simone de Beauvoir, que destacou: "Anda descalça, ignora deliberadamente as roupas sofisticadas, as joias, os perfumes, a maquiagem, todos os artifícios (...) Faz o que lhe dá vontade e é isso que perturba".
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Bardot também enfrentou desafios pessoais e traumas devido à fama intensa. Perseguida por fotógrafos, perdeu a privacidade, inclusive durante o parto de seu filho Nicolas, em 1960. Ela descreveu a experiência como um trauma, lembrando que "a histeria que me cercava era uma loucura. A sala de parto instalada na minha casa, os fotógrafos atrás das janelas, os que se disfarçavam de médicos". Nicolas foi criado pelo pai, Jacques Charrier.
Em 1973, cansada da fama e da perseguição dos paparazzi, Bardot encerrou sua carreira cinematográfica aos 38 anos e iniciou sua segunda vida como ativista animal, um papel que a definiu nos anos seguintes. No entanto, sua simpatia por figuras políticas da extrema direita e comentários controversos sobre homossexuais, migração e muçulmanos geraram polêmica, resultando em condenações por incitação ao ódio.
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