Abençoado pelo deus Baco, o vinho é uma das bebidas mais celebradas do mundo. O festejo, no entanto, é especial a cada primeiro domingo de junho — data instituída como o Dia Nacional do Vinho. A fim de comemorar e brindar a vida, os brasilienses saem, anualmente, em busca da harmonização perfeita entre um prato saboroso e um rótulo especial da bebida. Os restaurantes da cidade, por sua vez, recebem a clientela de braços abertos e, mais importante, de adegas abastecidas, com o melhor da cultura enóloga.
Voltada para o público nacional, a data é resultado da paixão brasileira pela bebida. "O vinho é uma escolha popular no Brasil, porque complementa e enriquece os sabores dos pratos, tornando a refeição mais sofisticada e prazerosa", opina Luiza Melo, sócia do Izzi Wine Bar.
Para Luiza, a harmonização perfeita envolve "equilibrar a intensidade de sabores entre o vinho e o prato, garantindo que nenhum domine o outro". "Sempre considerar características, como acidez, doçura, corpo e taninos ajuda a criar combinações que realçam o melhor de cada elemento", complementa.
Rafael Oliveira, proprietário do restaurante Na Varanda Wine Bar & Store, pontua que o número de adeptos do vinho vem aumentando, assim como a curiosidade de aprender a harmonizar a comida. "O segredo da harmonização é encontrar um equilíbrio entre os sabores do vinho e da comida, permitindo que se complementam sem se sobreporem", ressalta.
Viva o vinho nacional
Há mais de 20 anos, a chef gaúcha Ticiana Werner é conhecida pelas operações gastronômicas que gerencia em Brasília. Foi em 2008, no entanto, que ela conquistou permanentemente o coração dos brasilienses, com a inauguração do Ticiana Werner Restaurante & Empório. A casa se tornou queridinha dos moradores da cidade por ser pioneira no esquema de rodízio de risoto, apesar de oferecer à clientela uma viagem completa pela alta gastronomia.
Mostrando ser muito mais do que apenas uma especialista na iguaria italiana, Ticiana indica a harmonização entre casarecce negro e camarão (R$ 69), massa feita com tinta de lula ao molho de parmesão e camarão salpicados por bottarga e siciliano, e o vinho, também gaúcho, Valmarino branco Malvasia Bianca (R$ 145), conhecido pela cor amarelo-palha brilhante e os aromas intensos de flores brancas, frutas tropicais e notas cítricas.
Segundo Ticiana, a bebida é uma excelente escolha para acompanhar frutos do mar, peixes grelhados, saladas e pratos leves. "Seu caráter aromático e refrescante o torna uma opção versátil para diversas ocasiões, desde um almoço descontraído até um jantar mais refinado", avalia. "Na boca, é um vinho fresco e equilibrado, com boa acidez e um final persistente", descreve a chefe.
O jardim dos vinhos
Como já adianta o nome, o Izzi Wine Garden surgiu em 2019 como uma operação temporária para servir vinhos e petiscos, no Pontão do Lago Sul, um dos principais cartões-postais da cidade. Sucesso de clientela, o espaço passou de temporário para permanente. A casa cresceu e, hoje, conta com um menu variado que passeia pela alta gastronomia, sem deixar de lado as origens — o restaurante oferece ao público uma extensa carta de vinhos.
"O diferencial do Izzi é a atmosfera e a qualidade do que fazemos. Adoramos quando ouvimos dos nossos clientes que ir ao Izzi é como viajar. Nossa ideia é justamente levar nossos clientes a ter uma experiência gostosa e leve", defende a sócia Luiza Melo.
A indicação da casa é a harmonização entre o polvo com arroz cremoso (R$ 138) — polvo grelhado, arroz-negro cremoso, tomate seco, creme azedo e farofa de tapioca com damasco — e o vinho Don Román (R$ 155).
De olho na adega
Criado com enfoque na adega, o Domaine respira a paixão pelo mundo dos vinhos. No restaurante, a bebida se destaca a partir dos 100 rótulos que fazem parte da carta da casa, até a decoração do ambiente, que gira em torno das tradicionais garrafas e taças.
A sugestão de harmonização fica por conta do filé aligot ao molho de vinho tinto e risoto de brie (R$ 84) com o Le Jaja de Jau Syrah (R$ 197). "Ele é um vinho francês 100% Syrah que terá corpo e tanino suficientes para equilibrar com o filé- mignon e a gordura do queijo do aligot que acompanha esse prato", detalha Vitor. "Os dois bem harmonizados potencializam os sabores de cada um e, juntos, formam uma nova e única experiência gustativa", complementa.
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