O fotógrafo Márcio Borsoi tem uma relação especial com as cidades. Se apaixona e, quando isso acontece, não as perde de foco: são elas as estrelas de suas fotografias. Mas o olhar é especial para três delas: Rio de Janeiro, onde o fotógrafo nasceu, Brasília, que adotou desde 1986, e Manaus, local de nascimento da mulher, a artista Alessandra França. É desses três centros urbanos que trata a exposição E assim é porque tem que ser…, em cartaz a partir deste sábado (3/8), na Referência Galeria de Arte.
No total, 16 fotografias registradas nos últimos 15 anos formam a exposição. "Rio de Janeiro, Brasília e Manaus são as cidades que são importantes para mim", explica o fotógrafo. "Eu procuro evitar tocar no nome delas, então as pessoas que forem à exposição vão ter a curiosidade de saber quais são. Algumas estão bem retratadas, mas outras não muito". A ideia é despertar a curiosidade do público e provocá-lo a buscar referências nada óbvias. "Em nenhum momento as fotos são de cartões postais", avisa o fotógrafo.
Duas frases acompanham as imagens e tentam, de certa formar, dar pistas sobre suas características e sobre os motivos que levaram o fotógrafo a escolher determinadas cenas e enquadramentos. "A vida trouxe as águas" e "a alma das cidades são as pessoas" apontam as intenções de Borsoi. A primeira é uma referência às águas que banham o Rio e Manaus, mas também Brasília, com o Lago Paranoá. A segunda resume uma crença do artista. "O que faz a gente gostar de uma cidade são as pessoas, os amigos, as pessoas com quem você convive. Isso é uma coisa muito importante para mim", garante.
Como as imagens não apresentam paisagens pelas quais as cidades são conhecidas, Borsoi decidiu utilizar setas no formado da iconografia das placas brasilienses para uma proposta que fica a meio caminho entre a poesia e a brincadeira. Para cada uma das cidades, ele também escreveu um pequeno texto. Três das imagens são em grande formato, de 1mX0,6, coloridas, mas as outras são menores e em tonalidades de sépia. Há também fotografias impressas em tecidos, uma prática na qual o fotógrafo investe desde e primeira exposição.
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