
Em cartaz nesta sexta-feira (5/9) e no sábado (6/9)no Teatro Galpão Hugo Rodas (Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul), a peça-instalação A bailarina fantasma nasceu do atrito entre a ideia de uma imagem clássica da dançarina, inspirada na escultura A Bailarina, de Edgar Degas, e a realidade de um corpo formado na prática no balé, com suas marcas, fraturas e resistências.
Na programação do Cena Contemporânea, o espetáculo tem dramaturgia de Dione Carlos produzida a partir da biografia de Verônica Santos, que vive a bailarina da instalação. O espetáculo convida o público a circular pelo espaço cênico e a refletir sobre o texto encenado por Verônica. “A dramaturgia nasce do confronto entre minhas memórias e a escultura”, explica a bailarina. “Dione Carlos escreve a partir de entrevistas e escutas mediadas por Rafael Costa (psicanalista), transformando lembranças do treino e do ambiente do balé em matéria de cena. No palco, eu e a dramaturga dialogamos diante do público e articulamos um ‘plano de vingança’ subjetivo e poético, um gesto de reparação contra o colonialismo e o racismo.”
Verônica explica que o espetáculo fala do apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra e das violências físicas e simbólicas que atravessam esse percurso, expondo bastidores do balé e o mito de “inocente” associado à imagem da bailarina. “É uma obra que desenterra a história por trás de uma imagem consagrada, friccionando arte europeia, memória pessoal e crítica colonial”, avisa a artista.
Serviço
A bailarina fantasma
Com Verônica Santos. Dramaturgia: Dione Carlos. Idealização: Fernando Gimenes. Hoje e amanhã, às 20h30, no Teatro Galpão Hugo Rodas (Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul)
Diversão e Arte
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