Gastronomia

Equilíbrio, requinte e beleza marcam a arte da confeitaria

Guiadas pela confeitaria francesa, as patisseries da cidade fazem sucesso entre o público brasiliense. Conheça os doces oferecidos por cada uma das casas

Inaugurado em 1995, o Café Daniel Briand tinha o intuito de fazer em Brasília um croissant tão bom quanto o de Paris -  (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)
Inaugurado em 1995, o Café Daniel Briand tinha o intuito de fazer em Brasília um croissant tão bom quanto o de Paris - (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)

No Brasil, a cultura das pâtisseries vem ganhando destaque ao unir a tradição da confeitaria francesa à criatividade da cozinha brasileira. Inspiradas nas clássicas casas parisienses, elas oferecem ao público doces finos como macaron, éclairs e entremets, que, muitas vezes, acabam ganhando identidade própria quando misturados aos sabores nacionais. Tendência no país, tais confeitarias também ganham força na capital, conquistando o público brasiliense.

“Uma pâtisserie é uma confeitaria sofisticada, dirigida por um mestre confeiteiro, o mâitre pâtissier, formado especificamente para essa função. É ele quem cuida de todos os detalhes ao longo do processo, da escolha dos ingredientes à decoração final”, explica Daniel Briand, responsável pelo famoso café de mesmo nome.

“Ser uma pâtisserie é quase como ser um alquimista”, declara a confeiteira Priscila Ricci. “É saber equilibrar sabores, ser resiliente, persistente, paciente... Uma das minhas maiores alegrias é marcar a vida das pessoas pelo paladar e criar memórias afetivas”, diz.

Por isso, nesta semana, o Divirta-se Mais apresenta algumas das principais pâtisseries da cidade, que unem sofisticação e sabor, inspiradas pela culinária francesa.

 

Cozinha artesanal

Prestes a completar 30 anos em atividade, o Daniel Briand surgiu em 1995, com o intuito de fazer em Brasília um croissant tão bom quanto o que se come em Paris, capital francesa. Apesar de marca consagrada no mercado brasiliense, a casa ainda carrega o mesmo caráter artesanal de cozinha de três décadas atrás. Os macarons (R$ 7,80), por exemplo, são feitos de forma manual, e baunilha artesanal não entra na confeitaria. O café utiliza da fava de baunilha planifolia de madagascar no sorvete, no creme brûlé e no creme inglês — a intenção é que, pouco a pouco, a iguaria seja substituída pelo cultivo pessoal que o proprietário desenvolve em Cocalzinho, em Goiás.

O cardápio da casa é dinâmico, com novidades a todo ano — mesmo assim, o croissant (R$ 12,80) continua sendo o campeão de vendas. Outros destaques são as tortas individuais, sendo a ópera (R$ 26), de amêndoas, creme de manteiga de café e ganache de chocolate, a mais pedida. Também há as opções confidence (R$ 26), massa crocante, coulis de framboesas e creme brulée de baunilha, e a tropique (R$ 26), massa de bolo de coco e amêndoas, mousse de framboesas e limão. Os clássicos bomba de chocolate, baunilha e café (R$ 23,50) e o mil folhas (R$ 23,50) também são queridinhos do público.

Confeitaria dinâmica

Após notar uma carência de bons cafés fora do Plano Piloto, a chef Priscila Ricci decidiu levar seus dons culinários para outras áreas do DF. Hoje no Lago Norte e no Taquari, o Priscila Ricci Patisserie é definido pela proprietária como uma doçaria dinâmica: “Estamos conectados com as tendências da confeitaria, porém sem deixar de lado o clássico”. Na casa, os clientes encontram um menu abrangente, composto por doces que vão de R$ 8, como os macarons, até opções de R$ 35, que é o caso da fatia da torta Matilda, bolo com recheio de chocolate inspirado no filme homônimo, lançado em 1996.

Na vitrine exposta na casa, as opções são variadas e mudam de acordo com a disponibilidade. A patisserie, porém, vai além da loja física e trabalha com encomendas. Algumas opções são a torta de pistache com calda de frutas vermelhas (R$ 210), a banoffee (R$ 160) e o cheesecake tradicional (R$ 200). Os doces servem até 10 pessoas.


À moda francesa

Conhecida pelos trabalhos no Papà Cucina, Marie Cuisine, Cozze Mediterrâneo, Nonno Cantinetta e Babbo Osteria, Lily Araújo celebra seu mais novo empreendimento. Lilie Patisserie e Boulangerie, que leva o nome da chef grafado em francês, conta com jardim, varanda, mezanino e salão, onde o balcão de vidro expõe aos clientes o que há de melhor na casa — croissants, macarons e entremets.

No menu, as especialidades da confeitaria são o Paris brest (R$ 42), com creme de avelã e calda de chocolate, o clássico mil folhas (R$ 39), torta puro chocolate (R$ 43), tiramisú (R$ 39) e o entremet de pistache com creme de maracujá e biscoito. Para acompanhar, diferentes opções de café fazem parte do cardápio — cappuccino (R$ 18), chocolate quente (R$ 19), macchiato (R$ 14), expresso (R$ 14) e coado (R$ 18).

Gostinho de infância

Foi em meio à pandemia, em março de 2020, que surgiu a Chamonix, na época um negócio pequeno, com receitas caseiras para delivery e takeout. Com o fim do distanciamento social e o controle da covid-19, a loja foi oficialmente inaugurada, inspirada nas tradicionais confeitarias francesas. "Nossos doces são recheados de memórias afetivas. Sabe aquele bolinho de cenoura que te leva de volta à infância? Você encontra aqui", garante a proprietária Lindaiana Vieira.

"Procuramos fazer nossos doces de forma simples e gostosa, mantendo um sabor equilibrado, suave e caseiro", diz. Na pâtisserie, o campeão de vendas é o copo perfeição (R$ 25), mistura de brigadeiro belga, brownie de brigadeiro meio amargo, mousse de ninho e morangos picados. Outro destaque são os bolos gelados (R$ 10), que, segundo Lindaiana, "trazem aquela sensação de nostalgia do bolinho de coco embrulhado e molhadinho".

 

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postado em 26/09/2025 06:00
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