
Beth Goulart decidiu celebrar os 50 anos de carreira com a peça Simplesmente eu, Clarice Lispector, que estreou em Brasília em 2009 e agora está de volta para apresentações desta sexta-feira (7/11) a domingo (9/11) no Teatro Royal Tullip. "É uma peça muito importante na minha vida e na minha carreira, então achamos uma forma bonita de comemorar 50 anos retornando ao universo de Clarice, já que tem toda uma geração ávida de descobrir", explica a atriz.
O espetáculo foi visto por 1,3 milhão de pessoas e passou por quase 300 cidades. "Tem sido essa alegria, com casas lotadas e uma nova geração encantada e que acaba conhecendo também o teatro. Sinal de que a obra de Clarice é atemporal e que nosso espetáculo se comunica com a mesma delicadeza, verdade e intensidade de quando nasceu, em 2009", acredita.
Clarice Lispector desperta, segundo Beth, um interesse excepcional em diferentes gerações. Para ela, a autora de A hora da estrela e Água viva conseguiu olhar para a humanidade de maneira tão intensa e única que é capaz de fazer os leitores entenderem melhor a si mesmos. "Ela faz parte de uma geração de autores que ultrapassam seu tempo e conseguem fazer isso porque falam do humano. E isso nos hermana, nos conecta, nos faz compreender melhor quem somos", diz.
Ao mesmo tempo em que vive a personagem da própria Clarice, Beth Goulart reuniu quatro personagens para contar, a partir do texto dos livros, um pouco do universo literário, mas também pessoal, da autora. "Eu quis trazer para o teatro um pouco mais da mulher por trás da autora e consigo fazer isso trazendo ela viva em cena. Ela está sempre conversando com alguém, um amigo, um analista, uma alma, está sempre se relacionando com alguém, que é o público, e, nessas conversas, ela vai colocando suas opiniões sobre a vida", avisa a atriz.
O texto foi construído em cima de depoimentos da própria autora que se misturam com seus personagens. "Ela vai se transformando em quatro personagens da obra dela ao longo do espetáculo", conta Beth. Estão lá Joana, de Perto do coração selvagem, primeiro livro escrito pela autora, Ana, do conto Amor, Lori, do Livro dos Prazeres, e a mulher sem nome de Perdoando Deus.
Serviço
Simplesmente eu, Clarice Lispector
Com Beth Goulart. Nesta sexta-feira (7/11), às 20h, sábado (8/11), às 17h e às 20h, e domingo (9/11), às 16h30 e às 19h, no Teatro Royal Tulip (SHTN Trecho 1 Conjunto 1 B – Bloco C). Ingressos: a partir de R$ 25. Não recomendado para menores de 12 anos

Diversão e Arte
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