Desigualdade

Guedes volta a defender transferência de ativos da União aos mais pobres

Segundo o ministro da Economia, as dificuldades trazidas pela pandemia revelaram 68 milhões de brasileiros vulneráveis. Transferência de ativos, segundo Guedes, reduziria mais rápido a desigualdade social

Cristiane Noberto
postado em 04/04/2022 12:05 / atualizado em 04/04/2022 13:48
 (crédito: Youtube/Reprodução)
(crédito: Youtube/Reprodução)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender na manhã desta segunda-feira (4/4) a transferência de ativos da União para os mais pobres. Na avaliação do economista, o governo brasileiro tem trilhões em ativos que poderiam ser utilizados para diminuir mais rapidamente a desigualdade social entre os mais pobres. 

Segundo Guedes, as dificuldades trazidas pela pandemia revelaram 68 milhões de brasileiros vulneráveis. "É inconcebível que não aprendamos a lição da fraternidade", criticou.

Na avaliação do ministro, a gestão dos pedaços de terras nas mãos dos governos estaduais e federal muitas vezes são ineficientes, sobretudo nas gestões anteriores — "com equipamentos estatais aparelhados e dinheiro desviados".

Guedes, então, questionou: "Por que ficar apenas na transferência de renda aos mais frágeis? Por que não reduzir os graus de desigualdade transferindo propriedades?"

O ministro já falou em outras ocasiões sobre a criação de um fundo que permitiria de forma mais rápida a transferência de renda e com valores maiores às famílias carentes. Na proposta defendida por Guedes, o fundo seria preenchido pelo lucro na venda de ativos da União e parte desse montante seria repassado aos mais necessitados. 

As falas foram concedidas na cerimônia realizada no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, sobre acordos para o ordenamento público do Parque Nacional da Tijuca e para a regularização fundiária de comunidades da Maré e do Parque Alegria. Cerca de 12 mil família serão beneficiadas. O evento contou com  presença do presidente Jair Bolsonaro (PL).

De olho na reeleição

Em breve discurso no evento, o presidente Bolsonaro não falou sobre os mais pobres, mas criticou a imprensa e ressaltou a importância dos cristãos para o governo.

"Um protocolo, mas de grande simbolismo, de respeito a esse santuário e aos católicos de todo o Brasil. Um governo que acredita em Deus, defende a família e deve lealdade ao seu povo. Com toda certeza, foi a fé que nos salvou no passado, nos elegeu e nos mantêm vivos no governo até o dia de hoje. Se não fosse Ele, o nosso Deus, como resistiríamos a tantas adversidades, com grande parte da imprensa contra nós? É a fé. É um país com aproximadamente 90% de cristãos. Este momento, de alegria, de paz e de reencontro, também, demonstra na prática que um governo que ajuda colabora e teme ao seu Deus. A todos aqui presentes, tenha certeza que este país é de Deus", afirmou.

Atento à reeleição e à agenda de aliados, o presidente marcou uma série de viagens pelo país e ao exterior com o objetivo de criar pautas positivas. 

Paulo Guedes reforçou que o chefe do Executivo continuará com essa agenda. "O presidente vai anunciar, ao logo do ano inteiro, transferências em várias regiões do país", disse.

  

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