Sobrecarga

Mulheres acumulam 4,6 trilhões de horas por ano com cuidado não remunerado

Análise divulgada neste domingo (30/4) pela Oxfam aponta que mulheres acumulam pelo menos 380 bilhões de horas por mês, ou 12,5 bilhões de horas por dia, com o trabalho de cuidado não remunerado. Por exemplo, cuidado com filhos ou parentes

Victor Correia
postado em 30/04/2023 21:01
 (crédito: Maurenilson Freire)
(crédito: Maurenilson Freire)

Análise divulgada pela Oxfam neste domingo (30/4) mostra que mulheres e meninas no mundo acumulam pelo menos 380 bilhões de horas por mês em atividades de cuidado não remuneradas. Por ano, o total chega a 4,6 trilhões. O valor inclui o cuidado, por exemplo, com os filhos, com a casa, parentes, e outras atividades exercidas pelas mulheres além da atuação no mercado de trabalho.

O mesmo levantamento também mostrou que os trabalhadores, em um conjunto de 50 países, tiveram corte médio de US$ 658 em seus salários em 2022, uma perda coletiva de US$ 746 bilhões em valores corrigidos pela inflação.

"O único aumento que a classe trabalhadora viu em 2022 foi o do trabalho de cuidados não remunerado, que recai majoritariamente sobre as mulheres", disse a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.

Segundo a Oxfam, o valor das atividades de cuidado exercidas pelas mulheres à economia global é de US$ 10,8 trilhões por ano, três vezes maior que o valor da indústria de tecnologia. No Brasil, 90% do trabalho de cuidado é realizado informalmente pelas famílias e, desses 90%, 85% é realizado por mulheres.

No mercado, informalidade

As trabalhadoras frequentemente precisam trabalhar por menos tempo, abandonar seus empregos, ou ainda se sobrecarregarem com jornadas duplas ou triplas para exercer as atividades de cuidado. Mesmo dentro do mercado de trabalho elas forem discriminação, assédio e salários menores do que os recebidos por homens para exercer os mesmos cargos.

"Outro elemento é que, no trabalho informal, as mulheres são sobrecarregadas. O impacto de gênero é importante, já que a renda é menor e as mulheres muitas vezes estão mais representadas nesse tipo de emprego", disse ao Correio o coordenador de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil, Jefferson Nascimento.

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