Educação

Tabata Amaral defende projeto Pé-de-meia: incentivo para continuar na escola

Ao comentar o Pé-de-Meia, deputada Tabata Amaral (PSB-SP) diz que programa é alternativa para jovem não abandonar a escola

Tabata Amaral e Chaim Zaher: governo destinou R$ 20 bilhões ao Pé de Meia, contra a evasão escolar -  (crédito: reprodução/youtube)
Tabata Amaral e Chaim Zaher: governo destinou R$ 20 bilhões ao Pé de Meia, contra a evasão escolar - (crédito: reprodução/youtube)
postado em 12/02/2024 04:05 / atualizado em 12/02/2024 08:29

O incentivo financeiro previsto pelo programa Pé-de-Meia, lançado pelo governo federal no mês passado, é um fator crítico para evitar a evasão escolar e melhorar a formação do estudante brasileiro. Esse é o entendimento da pré-candidata à prefeitura de São Paulo. A parlamentar foi a entrevistada do programa Café com Chaim, apresentado pelo empresário Chaim Zaher, que atua há mais de 50 anos no ramo da educação.

Co-autora do projeto de lei que originou o Pé-de-Meia, sancionado pelo presidente Lula no último dia 16, Tabata Amaral comentou que a iniciativa ajuda o jovem a evitar o dilema de abandonar os estudos para ingressar no mercado de trabalho. “Sabemos que, infelizmente, muitos jovens no Brasil chegam ao ensino médio, ou até um pouco antes, em uma situação de ter que escolher entre trabalhar e levar um prato de comida para casa ou poder continuar seus estudos, apostar numa faculdade, continuar sonhando. E esse abandono é maior na educação noturna”, pontuou.

Segundos as estatísticas, apenas 60,3% dos jovens completam o ciclo escolar. Entre os mais pobres, o índice não ultrapassa 46% — ou seja, menos da metade conclui o ensino médio. Na faixa dos mais ricos, esse percentual sobe para 94%. Dados oficiais indicam que um em cada quatro brasileiros abandona a escola entre 15 e 17 anos. O projeto Pé-de-Meia é destinado aos estudantes de escolas públicas inscritos no Cadastro Único para programas sociais. Ainda à espera de regulamentação, a iniciativa conta com um orçamento inicial de R$ 20 bilhões.

O programa tem duas frentes de dinheiro. A primeira é R$ 200 mensais, para o aluno conseguir fazer um lanche e pegar suas necessidades principais de estudo. Já a segunda é um depósito que será feito a cada fim de ano que o aluno completar.

Segundo Tabata Amaral, o aluno terá o incentivo de investir esse dinheiro no Tesouro Direto, para quando terminar o ensino médio, entrar na faculdade e conseguir se sustentar nos primeiros meses. Chaim Zaher ressaltou que a dificuldade do estudante de se manter em uma faculdade é um problema central. “Uma vez, eu recebi uma carta perguntando se eu podia mandar material didático para uma menina”, disse.

Segundo o apresentador, ela contou a história dela dizendo que criou sonhos para ajudar pessoas. “Ela explicou que queria o material para poder estudar sozinha. E eu disse ‘filha você não vai conseguir entrar em medicina estudando só’. Então ela me mandou o lugar que morava, paguei o cursinho do vestibular, ela entrou numa faculdade privada. Ela conseguiu ver o ProUni. Com isso, ela é uma médica fantástica”, afirmou. Segundo a deputada, hoje há cerca de 40 milhões de alunos na rede pública. Ela afirma que esse projeto vai mudar o futuro do Brasil. “Porque são histórias como essa que você contou sendo multiplicadas aos milhões. Isso muda o país, lógico”, frisou.

A deputada listou cinco fatores que, para ela, podem melhorar a educação pública. “O primeiro é que temos que investiu na primeira infância. Isso já foi dito tantas vezes que virou clichê, mas na prática, ainda não fazemos isso bem. É colocar todo mundo na escola e garantir que a educação seja de qualidade, porque é na primeira infância que a gente tem sinapse formando o cérebro da criança”, disse. A segunda, de acordo com Amaral, é a alfabetização. “Não adianta de nada você só querer atuar lá na frente se não alfabetizou direito”, pontuou.

O terceiro ponto é a formação e valorização de professores. “O professor é o fator mais importante de uma escola. Se a gente não rever a formação inicial e a continuada, não apoiar os professores, a educação também não melhora”, comentou. “O quarto ponto é a escola em tempo integral, que inclusive vai ser mais possível com a poupança. O ensino médio deve ter pelo menos sete horas de aula, uma formação com esporte, cultura, tecnologia e formar esse jovem para a vida. E com esse recurso, ele tem mais condições de se dedicar aos estudos.”

O quinto ponto, por fim, consiste no ensino técnico. “Eu aposto muito no ensino técnico como uma alavanca para o nosso Brasil. Ensino técnico e faculdade se complementam”, frisou Amaral.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação