INVESTIMENTO

BID e Apex intensificam parcerias para atrair investidores para o Brasil

Entidades realizam, pelo menos, três eventos em parceria neste ano, sendo dois em Manaus e um em São Paulo para atrair compradores de produtos nacionais e investidores para o Brasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão planejando três grandes eventos no Brasil -  (crédito: Divulgação/Sergio Gonzales/BID)
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão planejando três grandes eventos no Brasil - (crédito: Divulgação/Sergio Gonzales/BID)
postado em 14/03/2024 13:29 / atualizado em 15/03/2024 11:19

Washington — A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão planejando, pelo menos, três grandes eventos em parceria, sendo dois em Manaus e um em São Paulo ao longo deste ano e o principal deles, na avaliação do presidente do BID, é o Brazilian Investment Forum (BIF), que foi realizado, no ano passado, em Brasília, e, em 23 de outubro, voltará para São Paulo, onde deverá reunir de 2 mil executivos empresários de vários países interessados em investir em território brasileiro.

“O Brasil está em um momento muito especial, porque está na presidência do G20 e é um momento especial também, eu acho, no contexto global, porque há uma oportunidade que se apresenta para o Brasil para ter um papel mais ativo e um momento especial no próprio BID com presidência brasileiro”, disse o presidente do BID, Ilan Goldfajn, nesta quinta-feira (14/3), a jornalistas, após encontro com o presidente da Apex, Jorge Viana, na sede da instituição, em Washington.

De acordo com Viana, foram anunciados US$ 40 bilhões em investimentos no último BIF e a expectativa para este ano é ampliar esse volume, aproveitando a agenda de projetos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as oportunidades que a Apex está mapeando nos Estados Unidos e no Canadá, nesta semana, em encontros organizados pela Apex na capital norte-americana. A data escolhida para o BIF deste ano será no dia 23 de outubro, e o evento fará parte da agenda paralela dos encontros do G20 – grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta, mas a União Europeia –, que ocorrerá no Rio de Janeiro no fim do ano.

O departamento de Inteligência da Apex identificou, entre bens e serviços, 970 produtos com oportunidade de serem comercializados nos Estados Unidos, que importa cerca de US$ 1 trilhão por ano e o Brasil exportou US$ 36,9 bilhões para o segundo maior parceiro comercial do país. Entre os produtos potenciais identificados pela entidade estão máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, frutas, produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, móveis, entre outros. “Esse é um trabalho contínuo de promoção. Não é algo pontual. Temos inúmeras feiras e missões acontecendo nos Estados Unidos e Canadá para alavancar isso”, afirmou ao Correio, Igor Celeste, gerente de Inteligência da Apex.

“Estamos depositando muita confiança nesse evento do BIF, porque, agora, temos um cardápio que vem junto do PAC, a gente tem um conjunto de oportunidades nas diferentes áreas para investimentos. A Apex organizou oito encontros empresariais no mundo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vamos organizar, agora, um evento na Colômbia, porque ele me pediu”, contou Viana. Ele lembrou que, no ano passado, o Brasil foi o segundo principal destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED), atrás apenas dos Estados Unidos, apesar da queda de 30% no fluxo de IED no mundo, “O governo governo vem retomando os investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em políticas públicas. O que esperamos é que os grupos assumam em parte, os investimentos do PAC e implementem”, acrescentou o presidente da Apex.

Além do BIF, um dos o evento que será patrocinado pela Apex e pelo BID em Manaus será o LCA Flavors (Latin American and Caribbean Flavors ( LAC Flavors), que será realizado pela primeira vez no Brasil, nos dias 5 e 6 de junho. Espera-se mais de 120 compradores internacionais e mais de 350 fornecedores da América Latina e do Caribe para essa 12ª edição. Ao longo dos anos, o LCA Flavors promoveu mais de 23 mil reuniões individuais, gerando mais de US$ 1 bilhão em transações.

Goldfajn disse que a parceria com o BID no evento vai desde o patrocínio e a realização do evento pela primeira vez no Brasil e a primeira vez em Manaus. “Para nós é importante porque está relacionado aos programas que o BID tem procurado desenvolver na Amazônia”, afirmou o presidente do BID. “A ideia é trazer os compradores do mundo inteiro. Vamos levar o comprador em vez de a gente sair pelo mundo, para mostrar os nossos produtos. A partir dali, negócios vão acontecer, envolvendo comunidades locais, envolvendo os sabores da Amazônia”, acrescentou Viana.

A expectativa dos organizadores é que o evento LAC Flavors reúna cerca de 500 participantes, incluindo compradores internacionais de alimentos e bebidas e fornecedores locais e de toda a região, assim como representantes das agências de promoção de comércio e de investimentos.

O terceiro e último evento que o BID pretende realizar em em Manaus e fez o convite para a Apex participar na na organização da Semana de Sustentabilidade do BID Investment, braço de investimento privado da instituição. A feira deverá ocorrer na semana seguinte ao LAC Flavors, a Semana de Sustentabilidade do BID , entre os dias 11 e 13 de junho. “Falamos de pelo menos três parcerias bem práticas para incentivar e atrair investimentos e o BID se coloca como uma ponte entre o Brasil e os outros países”, afirmou Ilan Goldfajn. Ele contou que o BID tem 88 projetos ativos no Brasil e a expectativa é ampliar as parcerias com os governos regionais, especialmente no Norte e no Nordeste, focando no desenvolvimento regional sustentável, no combate à pobreza e à desigualdade e nas mudanças climáticas – três objetivos da nova agenda estratégica para 2023 da instituição.

“Acabamos de voltar de uma reunião histórica do BID, na República Dominicana, e aprovamos três resoluções de mudanças importantes e a primeira delas foi a capitalização de US$ 3,5 bilhões, o maior aporte nos últimos sete anos É algo muito importante, porque há uma disputa de recursos dos países no mundo neste momento”, disse Goldfajn, que citou a nova estratégia do Banco e o novo modelo do BID Lab, o laboratório do que financia startups voltado para inovação. Serão, neste ano, US$ 400 milhões em doações aprovadas para o BID Lab, que, de acordo com o executivo, com esses recursos, “o banco vai conseguir dobrar o volume de aportes na região”.

* A jornalista viajou a convite da Apex Brasil

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