ESPANHA

Iberia amplia voos para o Brasil e quer comprar controle da portuguesa TAP

Somente neste ano, a Iberia poderá transportar 335 mil passageiros entre São Paulo e a capital espanhola — um recorde — e 135 mil saindo do Rio de Janeiro

María Jesús Lópes Solás, diretora Comercial e de Desenvolvimento de Redes e Alianças da Iberia. A companhia ampliou de sete para 10 o número de voos semanais saindo de São Paulo para Madrid
 -  (crédito: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
María Jesús Lópes Solás, diretora Comercial e de Desenvolvimento de Redes e Alianças da Iberia. A companhia ampliou de sete para 10 o número de voos semanais saindo de São Paulo para Madrid - (crédito: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
postado em 09/04/2024 14:54 / atualizado em 09/04/2024 17:26

Madrid — A empresa de aviação espanhola Iberia decidiu apostar suas fichas no Brasil para reforçar seu crescimento na América Latina. No fim de março último, a companhia ampliou de sete para 10 o número de voos semanais saindo de São Paulo para Madrid. A partir de junho, essa frequência passará para 11 voos, subindo para 14 até novembro. Já as decolagens semanais do Rio de Janeiro saltaram de três para cinco neste mês e serão seis de junho em diante. Em relação ao ano passado, o país terá 51% a mais de assentos disponíveis nos aviões da aérea e 12% acima do observado em 2019, ano anterior à pandemia do novo coronavírus. “Elegemos o Brasil como um dos nossos mercados prioritários”, diz María Jesús Lópes Solás, diretora Comercial e de Desenvolvimento de Redes e Alianças da Iberia.

Segundo ela, somente neste ano, a Iberia poderá transportar 335 mil passageiros entre São Paulo e a capital espanhola — um recorde — e 135 mil saindo do Rio de Janeiro. O Brasil e o Equador são os únicos países da América Latina com voos diários partindo de duas cidades. “A demanda por voos saindo do Brasil ou em direção ao país tem aumentado muito. Por isso, estamos fazendo os ajustes nas rotas e ampliando a oferta de assentos”, afirma a executiva. Ela ressalta que, além de consolidar aos trajetos já em operação, a companhia poderá definir novos voos para o país, e o Nordeste terá prioridade nesse projeto, a partir de 2025. “Vemos que a Iberia tem muitas oportunidades no Brasil”, acrescenta.

Em outra frente, no sentido de consolidar a sua participação no mercado brasileiro, a Iberia, por meio do seu grupo controlador, o IAG, ambiciona assumir o comando da TAP, aérea que pertence ao governo de Portugal e está em processo de privatização. A companhia portuguesa tem 13 voos diários para o Brasil, com 11 destinos. A partir de junho, a frequência semanal subirá de 91 para 96 voos, 16 a mais em relação ao ano passado, quando a empresa transportou 1,1 milhão de passageiros entre o país e o território luso. “O interesse pela TAP está ligado ao desejo de consolidar a nossa presença no mercado brasileiro”, reforça María Jesús. Ainda não está definido quando será a venda da TAP, pois o novo governo de Portugal quer tomar ciência do projeto elaborado pela administração anterior, dos socialistas.

Passagens caras

A América Latina é estratégica para a Iberia. A região responde por mais da metade do faturamento anual da empresa e é a que apresenta as melhoras perspectivas de crescimento. Não à toa, a companhia também está reforçando a presença na Argentina, que passará a ter três voos diários para a Espanha, e no Peru, que dobrou o número de decolagens, de sete para 14. “Há muitos latino-americanos vivendo no país europeu e muitos europeus querendo conhecer a região. Assim, vamos atender as famílias, os turistas e aqueles que viajam a negócios”, detalha a executiva. “Queremos deixar claro que a América Latina se tornou o coração da Iberia. E vamos ter, neste ano, 4,6 milhões de assentos disponíveis entre Madrid e a região. Passaremos de 280 para 330 voos semanais”, emenda.

Ao mesmo tempo em que reforça os pilares na América Latina, a Iberia aguarda a autorização dos órgãos reguladores da União Europeia para assumir, de vez, o controle acionário da Air Europa. Com essa aquisição, o grupo IAG, também dono da British Airways, ganhará musculatura para concorrer com as principais companhias europeias. “Ficaremos praticamente do tamanho da KLM, mas ainda bem atrás da Air France e da Lufthansa”, explica María Jesús. “Teremos mais destinos e uma melhor estratégia de diversificação, além, é claro, de ampliar a nossa eficiência, que é fundamental nesse mercado de altos custos”, destaca.

Mais voos e mais eficiência, no entanto, não resultarão em passagens mais baratas nos trajetos ligando o Brasil e o restante da América Latina à capital espanhola. “Há muitos fatores envolvidos nessa equação. Nós buscamos sempre ser competitivos em relação aos nossos preços, mas há variáveis que não controlamos, como os preços dos combustíveis, que vêm subindo muito nas últimas semanas. Em média, apenas esse item corresponde a 40% dos nossos custos”, detalha a executiva. A dica dos especialistas é sempre comprar as passagens de forma antecipada para desfrutar dos melhores preços.

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