
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira (7/7), o adiamento da data de retomada do chamado ‘tarifaço’ que é marca do segundo mandato do presidente Donald Trump. A aplicação de “tarifas recíprocas” a mais de 180 países, previstas para voltar a ter efeito na quarta-feira (9/7), iniciam no dia 1º de agosto, o que dá mais tempo para possíveis negociações de acordos bilaterais.
Na rede social Truth Social, o chefe de Estado americano compartilhou, durante a tarde, oito cartas que enviou a representantes de nações afetadas pelas taxas que iniciam no mês que vem. Nelas, o republicano diz demonstrar “a força e o comprometimento do relacionamento comercial” dos EUA com os países, apesar de suposto “déficit comercial” significativo e relação econômica “longe de recíproca” com eles.
Ele havia anunciado, mais cedo, que enviaria mensagens a 15 parceiros com os quais não havia chegado a acordo desde abril, quando foi anunciado o tarifaço, para evitar os encargos.
“Decidimos avançar com você, mas apenas com um comércio mais equilibrado e justo”, escreve Trump nas cartas. Ele convida os respectivos governantes a “participar da extraordinária Economia dos Estados Unidos, o Mercado Número Um do Mundo, de longe”, se concordarem com as tarifas estabelecidas sobre mercadorias que entram no país norte-americano a partir de 1º de agosto.
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“Todos e quaisquer produtos” do Japão, da Coreia do Sul, da Malásia e do Cazaquistão sofrem com 25% além de todas as outras taxas existentes para cada setor. Os da África do Sul serão importados com 30%; os do Laos e os do Mianmar, com 40%
O presidente dos EUA afirma que o número “é muito menor do que o necessário para eliminar a disparidade do déficit comercial” com os países. Ele reforça que “não haverá tarifa” se as nações e as empresas delas “decidirem contribuir ou fabricar produtos nos Estados Unidos”, o que poderia ser resolvido “em uma questão de semanas”.
Ao contrário, se os governantes “decidirem aumentar as Tarifas, então, qualquer que seja o número que escolherem para aumentá-las será adicionado” aos 25%, 30% ou 40% estabelecidos para o próximo mês.
Trump diz acreditar que as taxas “são necessárias para corrigir” anos de supostas políticas e barreiras comerciais tarifárias. “Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo de nosso relacionamento com o país. Você nunca ficará desapontado com os Estados Unidos da América.”
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Com a nova data para início da aplicação das taxas, o republicano espera negociar mais acordos bilaterais que evitem o tarifaço, imposto em abril com suspensão de 90 dias — a terminar no dia 9 de julho. Desde então, negociações foram firmadas com o Reino Unido e com o Vietnã. Tarifas para outros países variam entre 10% e 50%.
No último domingo (6/7), Trump afirmou que, além destas, vai impor tarifa extra de 10% a qualquer nação que “se alinhar a políticas antiamericanas do Brics”, grupo econômico que abrange Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países em desenvolvimento.
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