Pnad Contínua

Número de imóveis alugados cresce 45% em oito anos, aponta IBGE

Crescimento do aluguel pressiona famílias; saneamento e acesso a serviços básicos ainda mostram fortes desigualdades regionais

Região Sudeste concentra 43,1% dos domicílios do país (33,3 milhões), seguida pelo Nordeste (26,3%) e pelo Sul (15,1%). O Centro-Oeste responde por 8,0% e o Norte, por 7,6% -
Região Sudeste concentra 43,1% dos domicílios do país (33,3 milhões), seguida pelo Nordeste (26,3%) e pelo Sul (15,1%). O Centro-Oeste responde por 8,0% e o Norte, por 7,6% -

O Brasil tinha 77,3 milhões de domicílios em 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (22/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa crescimento de 1,7% frente a 2023 e de 15,9% em relação a 2016, mas a composição das moradias revela mudanças significativas no padrão habitacional do país.

O levantamento mostra uma queda contínua no percentual de imóveis próprios já pagos, que recuou de 66,8% em 2016 para 61,6% em 2024. Na contramão, os imóveis alugados saltaram de 18,4% para 23% do total no mesmo período, somando 17,8 milhões de unidades, o equivalente a um aumento de 45,4% em oito anos.

De acordo com o IBGE, quase metade desse crescimento ocorreu apenas entre 2022 e 2024, evidenciando o peso crescente do aluguel no orçamento das famílias. Já os imóveis próprios ainda em financiamento permaneceram estáveis, em 6,0%.

Distribuição regional

A Região Sudeste concentra 43,1% dos domicílios do país (33,3 milhões), seguida pelo Nordeste (26,3%) e pelo Sul (15,1%). O Centro-Oeste responde por 8,0% e o Norte, por 7,6%.

Quando analisada a condição de ocupação, o Norte e o Nordeste lideram no percentual de casas próprias já pagas (70,0% e 69,6%, respectivamente), enquanto o Sudeste (25,4%) e o Centro-Oeste (30,8%) registram os maiores índices de imóveis alugados.

As casas seguem sendo maioria, correspondendo a 84,5% das residências (65,3 milhões). No entanto, os apartamentos cresceram 29,8% entre 2016 e 2024, contra alta de 13,8% das casas, refletindo o processo de verticalização das cidades brasileiras.

Saneamento 

Em termos de infraestrutura, 86,3% dos domicílios tinham acesso à rede geral de abastecimento de água em 2024, com forte contraste entre áreas urbanas (93,4%) e rurais (31,7%). No Norte, 22% das moradias utilizavam poços artesianos como fonte principal.

O esgotamento sanitário chegou a 70,4% das residências, com crescimento em todas as regiões desde 2019. Ainda assim, a cobertura permanece desigual: apenas 31,2% no Norte e 51,1% no Nordeste, contra 90,2% no Sudeste. Outro dado preocupante é que 14,4% dos domicílios ainda destinam dejetos para fossas rudimentares, valas ou cursos d’água, o que corresponde a 11,7 milhões de moradias.

No destino do lixo, 86,9% das unidades eram atendidas por coleta direta. Mas em áreas rurais, 50,5% das famílias queimavam resíduos na propriedade, o que representa risco ambiental e sanitário.

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Bens duráveis

Entre os bens pesquisados, a geladeira está presente em 98,3% dos lares, enquanto a máquina de lavar chegou a 70,4%. O automóvel aparece em 48,8% dos domicílios e a motocicleta em 25,7%. No Norte e no Nordeste, as motos são mais comuns que os carros, ao contrário do Sul e do Sudeste, onde a posse de automóveis predomina.

A Pnad também mostra o envelhecimento da população. O grupo de 65 anos ou mais já representa 11,2% dos brasileiros, enquanto crianças de 0 a 4 anos correspondem a 6,1%. O país tem hoje 211,9 milhões de habitantes, sendo 51,2% mulheres e 48,8% homens.

 

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postado em 22/08/2025 10:00 / atualizado em 22/08/2025 10:10
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