O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar sanções comerciais contra países que importam petróleo da Rússia. As declarações foram dadas em evento na Casa Branca, nesta terça-feira (5/8). Trump afirmou que terá uma reunião nesta quarta-feira (6/8), com a Rússia para discutir um cessar-fogo no conflito com a Ucrânia, à medida que o prazo para o fim do conflito dado pelo republicano se aproxima.
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Durante evento para assinatura de decreto sobre as Olimpíadas de Los Angeles de 2028, questionado sobre tarifas a países que compram petróleo russo, Trump afirmou que "nunca disse uma porcentagem" para a sobretaxa, mas afirmou que será próxima a 100%.
"Vamos tomar uma decisão sobre sanções a países que compram energia russa após a reunião de amanhã (quarta-feira) com a Rússia", acrescentou o presidente. O Brasil é um tradicional comprador de diesel russo. O presidente americano não citou o País.
No primeiro semestre, a compra do produto russo representou 39,1% do volume adquirido pelo Brasil. Os Estados Unidos aparecem em segundo (32,8%), aponta a consultoria StoneX, a partir de dados do governo.
Recentemente, em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou que as distribuidoras de combustíveis brasileiras até poderiam tentar priorizar a compra de derivados de petróleo de outros países, como os Estados Unidos. No entanto, segundo ele, a importação de diesel e gasolina russos ainda seria necessária.
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"Se o cenário evoluir para o ponto em que o Brasil seja taxado por manter relações comerciais com a Rússia, o Brasil vai continuar comprando os produtos russos. Os derivados do petróleo produzidos pelas refinarias russas são fundamentais para o atendimento da demanda mundial. Não é simples assim tirá-los do mercado e encontrar fornecedores alternativos com a mesma capacidade de volume", afirmou Araújo, na ocasião.
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