Mercado

Bolsa argentina fecha em queda de 16%, após derrota de partido de Milei

Índice S&P Merval desabou nesta segunda-feira (8/9), com vitória do peronismo nas eleições legislativas em Buenos Aires. Dólar sobe 4,25% no país

"Hoje tivemos uma clara derrota. Mas não se retrocede nem um milímetro na política de governo", sinalizou Milei, após eleições indicarem vitória de partido peronista na Argentina - (crédito: AFP)

A derrota do partido La Libertad Avanza (LLA), do presidente da Argentina, Javier Milei, nas eleições legislativas em Buenos Aires causou turbulências no mercado financeiro. O Índice S&P Merval — que corresponde às ações da bolsa do país — fechou em queda de 16% nesta segunda-feira (8/9), enquanto que a moeda local desvalorizou ante o dólar, que ficou 4,25% mais caro em relação ao peso argentino, cotado a $ 1.425.

O resultado desfavorável à sigla de Milei na capital do país não significa apenas uma derrota pontual, mas uma confirmação na queda da popularidade do presidente argentino. Por concentrar cerca de 40% do eleitorado e 30% da economia nacional, Buenos Aires era uma disputa estratégica ao partido, como reconheceu o próprio mandatário, após as urnas indicarem os vencedores.

“Hoje tivemos uma clara derrota. Mas não se retrocede nem um milímetro na política de governo. O rumo não apenas se confirma, mas vamos aprofundar e acelerar mais”, disse o presidente, em discurso na sede do partido, em La Plata, capital da província. Com 94% das urnas apuradas, o partido peronista de centro-esquerda Fuerza Patria registrou mais de 47% dos votos, contra 33,8% da sigla de Milei.

Com a perda de deputados e senadores, o governo argentino deve ter mais dificuldade em avançar com as propostas econômicas, o que gera ainda mais incerteza no mercado. O risco-país chegou ao nível mais alto em oito meses, superando os 1.100 pontos nesta segunda-feira.

Após o resultado das eleições indicarem a derrota, o ministro da Economia, Luis Caputo, sinalizou que não deve haver novas mudanças nas políticas econômicas do governo. “Nada vai mudar no campo econômico. Nem no fiscal, nem no monetário, nem no cambial”, escreveu o chefe da pasta, no X.

  • Google Discover Icon
postado em 08/09/2025 20:15 / atualizado em 08/09/2025 20:15
x