
O comércio varejista brasileiro voltou a encolher em agosto. De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), o faturamento real — já descontada a inflação — caiu 1,4% em relação ao mesmo mês de 2024. Essa é a terceira retração consecutiva, sinalizando que o consumidor segue mais cuidadoso nas compras.
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Apesar da deflação de 0,14% registrada no mês, a inflação acumulada em 12 meses, de 4,95%, ainda pesa sobre o bolso. Com isso, mesmo que as vendas nominais — que refletem os valores efetivamente transacionados — tenham subido 3,5%, o poder de compra não acompanhou.
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Os três grandes segmentos do varejo registraram desempenho negativo. O setor de Serviços caiu 1,8%, influenciado principalmente pelo recuo de bares e restaurantes, que nem o Dia dos Pais conseguiu sustentar. Já os bens não duráveis tiveram retração de 0,4%, impactados pelo enfraquecimento de supermercados e hipermercados, em meio a sinais de desaceleração do consumo de alimentos dentro do domicílio.
Nos bens duráveis e semiduráveis, a queda foi mais acentuada: 4,1%, com destaque negativo para móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. A exceção ficou por conta de turismo e transporte, sobretudo nos postos de combustíveis, que mostraram resiliência diante da maior mobilidade e de preços que recuaram na margem.
Segundo Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, o comportamento do consumidor reforça um cenário de cautela. “Agosto reforça a tendência de crescimento nominal com queda real no varejo brasileiro, evidenciando o impacto da inflação sobre o consumo e a cautela do consumidor”, afirmou.
No comércio eletrônico, as vendas nominais cresceram 3,9% no mês, enquanto as presenciais avançaram 3,4%.
Queda generalizada por regiões
Todas as regiões do país tiveram retração real em agosto: Sudeste (-1,0%), Sul (-2,3%), Centro-Oeste (-2,7%), Nordeste (-1,1%) e Norte (-4,0%). No entanto, em termos nominais, todas registraram crescimento, puxado pelo Sudeste (+4,0%).
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