
O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim e Balas (ABICAB), Jaime Recena, detalhou a contribuição do amendoim para a safra histórica de grãos em 2025 e sobre o momento do chocolate e do cacau no mercado brasileiro, nesta sexta-feira (19/9), durante entrevista ao programa CB.Agro — uma parceria do Correio com a TV Brasília.
Em conversa com os jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Roberto Fonseca, Recena diz que a Abicab realizou (de 8 a 14 setembro) a 3ª Semana Brasileira do Amendoim, um alimento nutritivo e que faz parte do cotidiano do brasileiro. Além da importância alimentar, foi celebrada a safra recorde do grão em 2025.
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"A gente teve uma safra muito positiva, de quase aproximadamente 1,2 milhão de toneladas, que superou a do ano passado, que tinha dado em torno de 700 mil. É um bom momento, só não é excelente porque os nossos principais concorrentes também tiveram uma safra positiva, principalmente a Argentina, que está aqui do nosso lado, que concorre conosco em alguns mercados em que o Brasil procura sempre expandir a sua exportação”, frisa.
Segundo Recena, o produtor rural está ampliando os locais de plantio, como o Triângulo Mineiro e Mato Grosso do Sul, devido a boa adaptação do solo e clima. Entretanto, o foco continua sendo em São Paulo, sendo 85% da produção nacional concentrada na região de Ribeirão Preto, Jaboticabal e Borborema.
Segundo o presidente executivo, o plano Safra sempre tem algo a melhorar. O custo e acesso ao crédito são caros para o produtor, com uma baixa contratação de seguro no campo. Entretanto, o plano também consegue atender certas demandas, e os agricultores estão aproveitando as oportunidades.
“A gente teve nesse ano cerca de 15 a 20% de aumento de área plantada de amendoim. Isso é uma característica que reforça esse aumento de produção, mas também a gente percebe que, no dia a dia, o amendoim fica mais presente na nossa alimentação.”, completa.
Recena ressalta que um dos principais desafios do amendoim é o mercado interno, o consumo interno é muito abaixo da média mundial. "O Brasil consome cerca de 1.1kg per capita, enquanto você tem mercados que consomem 9kg, 8kg, 6kg. Então, o Brasil tem um espaço grande para avançar nesse consumo interno", diz.
De acordo com Recena, o motivo de o preço da saca do amendoim não estar no ponto ideal para os produtores se deve às “supersafras” de outros países exportadores, principalmente a Argentina e a Índia. Recena também diz que a queda do preço se deve mais à grande quantidade do grão no mercado externo do que à redução do valor do dólar.
No assunto dos Estados Unidos, para Recena, as tarifas impostas sobre o Brasil são ruins de um modo geral, porém, especificamente no setor do amendoim não afetou tanto, pois a exportação do grão para o país norte-americano é bem pouca. “Então, o Brasil exporta um pouco mais de produtos para atender aquilo que a gente chama de mercado da saudade. É mandar paçoca para onde tem muita concentração de brasileiro", ressalta.
Entretanto, o Brasil vem explorando novos mercados, além do Europeu, segundo Recena, houve conversas com o Canadá e Oriente Médio, na tentativa de expandir a exportação. Além da venda do óleo de amendoim para a China.
“A gente exporta basicamente óleo para China e é um produto que a gente consome muito pouco, quase nada no Brasil. É difícil até de encontrar esse produto industrializado para o consumidor, ele vai muito pro mercado chinês, que tem como tradição utilizar como a gente utiliza o azeite, no preparo da comida”, afirma.
Confira a entrevista na íntegra:
* Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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