
A prisão do fundador e presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, provocou um rebuliço no mercado financeiro na manhã desta segunda-feira (18/11). Já no início da tarde, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) operava em baixa de 0,46%, aos 156,2 mil pontos, às 12h15 (horário de Brasília). As principais ações da bolsa brasileira abriram em queda logo após o início das operações na B3.
Os mais afetados são os grandes bancos. Por volta do mesmo horário, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) registravam queda de 1,87%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB3) e Bradesco (BBDC3) operavam em baixa de 0,79% e 1,04%, respectivamente. Ao mesmo tempo, os papéis do Santander (SANB11) recuavam 0,24%.
Na avaliação do especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, o movimento de queda das ações dos grandes bancos é um reflexo direto do receio de que o consumo de recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – que deve restituir os valores aos acionistas do Master – exija contribuições extras por parte das instituições financeiras para recompor o patrimônio do fundo.
“Apesar da volatilidade imediata e do impacto no Ibovespa, a leitura é de que o evento não contamina os fundamentos do sistema financeiro nacional e nem gera risco sistêmico, tratando-se de um ajuste pontual – ainda que oneroso – às regras e ao saldo do FGC por parte das principais instituições financeiras”, comenta Shahini.
Com a liquidação decretada pelo Banco Central, o Banco Master deve passar por um processo que envolve bloqueio de contas, indenização de clientes pelo FGC, além da avaliação dos bens registrados no nome da instituição, venda dos ativos e pagamento de credores. Além disso, todas as contas, aplicações e operações da empresa foram bloqueadas imediatamente. Isso significa que clientes não têm mais direito de sacar, transferir ou movimentar valores.
A liquidação extrajudicial é o primeiro passo de um processo que pode levar anos e culminar na falência do banco, que seria o último estágio, caso as investigações evoluam para tal.

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