
A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) lamentou a manutenção da tarifa de 50% ao produto nacional importado pelos EUA. Em nota, a entidade destaca que a decisão beneficia segmentos do agronegócio, mas não menciona o pescado brasileiro, que movimenta cerca de US$ 300 milhões por ano nas vendas para o país norte-americano — atualmente, o maior comprador desses itens no mundo.
“Estamos, obviamente, satisfeitos pelos setores brasileiros que avançaram, mas é impossível esconder nossa frustração. Não houve evolução alguma para o pescado, e isso mostra que essa pauta não tem recebido a priorização necessária por parte do governo brasileiro. O setor gera empregos, movimenta a economia e tem enorme potencial de expansão, mas continua invisível nas negociações com os Estados Unidos”, destaca o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo.
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O setor reclama que não foi priorizado pela equipe do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, nas negociações com os representantes dos EUA. O presidente da Abipesca destaca que o setor representa cadeias produtivas inteiras em regiões costeiras e ribeirinhas, com forte impacto nas pequenas e médias empresas, nas quais haveria maior sensibilidade às tarifas.
“Precisamos de reciprocidade e de estratégia. A cada rodada de negociação em que o pescado é esquecido, perdemos espaço para concorrentes internacionais. O mercado americano é vital para o Brasil, e a ausência de avanços é um sinal claro de que estamos ficando para trás”, acrescentou Lobo. A entidade ainda frisou que pretende intensificar o diálogo com o governo brasileiro e com Washington para que o produto seja incluído em uma possível nova rodada de reduções tarifárias.

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