TARIFAS

Após avanço em tarifaço, Alckmin participa de evento empresarial Brasil-EUA

A relação comercial entre os países mostrou melhora na semana passada depois de o presidente Donald Trump ordenar a retirada do tarifaço a mais de 200 produtos brasileiros importados pelos EUA

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) participou, nesta terça-feira (25/11), da 3ª edição do Encontro Empresarial Brasil–EUA, em meio às negociações para a ampliação da isenção do tarifaço de 50% a alguns itens produzidos no país e exportados para os Estados Unidos.

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"O próximo passo é excluir mais produtos e reduzir alíquotas. Vamos acelerar o processo”, afirmou Alckmin, durante participação remota na conferência, ocorrida em São Paulo. A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos teve um avanço, na semana passada, após o presidente norte-americano Donald Trump ordenar a retirada do tarifaço a mais de 200 produtos brasileiros importados pelos EUA.

Ficaram de fora da lista de isenção, no entanto, itens como pescados, calçados e uva. Segundo o vice-presidente, o fato de os Estados Unidos terem superavit em relação ao Brasil não justifica a manutenção do tarifaço.

“(Os países do G20) Tem superavit e isso está crescendo", disse Alckmin. "Então, não há justificativa para essas tarifas”, argumentou o vice-presidente. Embora haja manifestação pública do governo brasileiro em prol de negociações para ampliar isenção do tarifaço, ainda não há data para reuniões com Donald Trump e seus representantes.

Governo pode assinar nova MP, caso Brasil soberano caduque

Alckmin ainda destacou o Plano Brasil Soberano, com apoio para empresas impactadas e outras medidas, e ações do governo em áreas que podem ajudar nas negociações para retirada de todos os produtos das tarifas adicionais.

“O Brasil não ficou parado diante do tarifaço. Colocamos em campo um plano robusto para proteger as empresas afetadas, com R$ 40 bilhões em crédito, juros menores e garantias ampliadas. Nosso objetivo é assegurar fôlego para quem perdeu mercado e manter a indústria brasileira competitiva”, destacou.

O Plano Brasil Soberano, no entanto, pode perder validade, se não for aprovado pelo Congresso Nacional até o dia 10 de dezembro. A Medida Provisória para reagir ao tarifaço prevê a liberação de R$ 30 bilhões em políticas de linhas de crédito e prorrogação de impostos para compensar prejuízos de exportadores afetados pela medida assinada por Trump em julho.

Negociações

Durante as negociações com os Estados Unidos, Alckmin também falou que o Brasil, representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou interesses na manutenção de diálogos sobre temas não tarifários como investimentos em data centers, big techs e terras raras. 

“O Brasil tem um programa chamado Redata, que incentiva a instalação de data centers no país. Em um momento de limitação da inteligência artificial e escassez de energia mundial, o Brasil possui energia abundante e renovável”, afirmou Alckmin, sobre investimentos em data centers.

Quanto às ações voltadas para big techs e terras raras, o vice-presidente contou que "o Brasil tem papel crescente no mercado de terras raras, recursos essenciais para a fabricação de tecnologias avançadas”, e que as discussões sobre big techs "estão no radar e têm um grande potencial para impactar o futuro do comércio internacional".

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