
Após o Banco de Brasília (BRB) anunciar a intenção de compra do Banco Master, em março deste ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu, no início de agosto, mudar as regras de captação de recursos protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) que vão começar a valer a partir de junho de 2026.
De acordo com um ex-diretor do Banco Central que pediu anonimato, essas novas regras são direcionadas a bancos menores e ainda não são suficientes para melhorar a fiscalização do sistema. Segundo ele, os grandes bancos não estão satisfeitos com as perdas bilionárias do FGC.
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As fraudes do Master apontadas pela Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, na semana passada, provocaram o maior rombo da história para o Fundo, de R$ 41 bilhões — que estão provisionados para o pagamento aos clientes e investidores, respeitando o limite de R$ 250 mil por CPF. Contudo, esse valor pode chegar a R$ 49 bilhões, segundo dados do FGC, que aguarda a listagem dos credores do banco e das subsidiárias liquidadas pelo BC na semana passada.
A nova resolução do CMN prevê, por exemplo, um limite menor para os bancos captarem recursos com a garantia do FGC, que passará de 75% das captações de referência, para 60%. Além disso, a contribuição mensal dos bancos associados, de 0,01%, passará para 0,02%, resultando em um maior custo para as instituições.
O objetivo das novas regras, segundo especialistas, é dificultar operações de bancos muito alavancados, como era o caso do banco Master, que tinha um passivo muito acima do recomendável do patrimônio líquido, muito acima do limite previsto pelo Banco Central, de 10,5% a 13% do patrimônio de referência. Em março deste ano, o patrimônio líquido (PL) era R$ 3,2 bilhões e o passivo exigível (descontado o PL), 26 vezes maior.
"Bancos sólidos possuem alavancagem baixa, em torno de 10% do patrimônio, e, por isso, não têm problemas como os do Master e dificilmente vão precisar de um socorro do FGC", destacou Roberto Luís Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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