Tributação

Gleisi critica antecipação de dividendos: "Manobra indecente"

Empresas anunciaram a antecipação de dividendos para evitar cobrança de 10% sobre rendas maiores de R$ 600 mil ao ano, que começa a ser aplicada em janeiro do ano que vem

"É o retrato do andar de cima da sociedade brasileira, que não tem preocupação com o desenvolvimento do país", disse a ministra - (crédito: Gil Ferreira/SRI-PR)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, criticou nesta terça-feira (2/12) a antecipação de dividendos realizada por empresas para escapar do aumento na taxação sobre grandes rendas, que começa em janeiro. Segundo a ministra, trata-se de uma “manobra indecente”.

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Empresas como Vale e Itaú, entre outras, anunciaram a distribuição adiantada de dividendos. A partir de janeiro, haverá uma alíquota de 10% sobre rendas maiores do que R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano, como forma de compensar a isenção do Imposto de Renda para quem recebe salário de até $ 5 mil.

“Mídia registra uma corrida das empresas de capital aberto para antecipar a distribuição de dividendos para seus acionistas neste fim de ano. É uma manobra indecente, para fugir da cobrança de Imposto de Renda sobre dividendos que ainda são isentos”, escreveu a ministra em suas redes sociais.

“Tem até empresa tomando empréstimo para antecipar lucros que ainda nem foram realizados. É o retrato do andar de cima da sociedade brasileira, que não tem preocupação com o desenvolvimento do país, a não ser com o seu próprio”, acrescentou Gleisi.

Montante bilionário

Estimativa da XP Investimentos aponta que a soma de dividendos adicionais pode ficar entre R$ 42 e R$ 85 bilhões até o fim do ano.

Segundo a lei já sancionada, dividendos anunciados até 31 de dezembro deste ano continuarão isentos, e poderão ser pagos entre 2026 e 2028. Normalmente, eles são divulgados dentro de um prazo de 120 dias após o encerramento do ano fiscal, e pagos em 60 dias.

Há um projeto em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para ampliar o prazo de 31 de dezembro para abril de 2026, mas que ainda não foi votado.

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postado em 02/12/2025 11:55
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